Cartinha afetuosa à Humanista Vânia Diniz
Vania:
Você que tem registros de perda assim, cujos manos vão para outra dimensão e deixam sua alma linda a fremir de saudades, quais as asas das borboletas,refaz nas próprias tristezas, a beleza-que cura nas cores da Poesia...A propósito, não sei se você sabe:a borboleta, para os japoneses, não tem essa simbologia de efemeridade que nós os Ocidentais, lhe damos:é símbolo de FIDELIDADE, pois quando o macho conclui seu encontro amoroso, uma película se faz,para que nenhum outro a tome.Tirando esse aspecto da amorosidade do acasalamento, sinto que os irmãos- germanos pela destinação-têm ou devem ter, sempre, esse traço de lealdade, fidelidade...
Lidando com adolescentes,como psicóloga, ou como tia, mãe ou amiga, vejo que apesar de muitas vezes se engalfinharem, ou cairem na pele uns dos outros com gozações, exigirem, tais quais os irmãos mais velhos vigiando os namoricos das irmãs,são os mais defensores recíprocos.Não é incomum, mães de pequenos dizerem:"Em casa, vivem brigando,mas quando saio com um,tudo quer levar para o que ficou em casa, perguntam, têm saudades"...Implicâncias, são, no fundo, formas de aproximação, de brincadeira, nas famílias saudáveis...
No entanto, algumas criaturas, ao molde do Criador, são mais ligadas por tais laços fraternos:liames que não apertam, mas unem, como se faz com ramalhetes de flores...Você é uma dessas, sempre falando do amor por seus manos...Foi assim que identifiquei-me com você.Porque li um texto seu sobre um anjo de olhos claros, especialíssimo-e eu tenho o meu...Assim, escrevi a você, antes de ter computador, utilizando os serviços de um produtor cultural.E tornei-me, pela sensibilidade dos bardos, também um pouco sua irmã...
Longos hiatos de tempo nos deixam em pseudo-silêncios mútuos, mas sempre estamos ligadas.Volta e meia uma ou outra palavra de apoio, um aplauso, um delicadeza...Por isso, Vânia, de irmã para irmã, mandei hoje o trecho de texto onde falo que as amigas são aquele vento que afasta as nuvens, deixando-nos ver que há sol e céu...E tão proveitoso é isso, que as águas gestadas descem em forma de chuva e adentram a Terra de nosso coração antes saudoso, entristecido ou perplexo...
E mais, querida amiga virtual:há mais gente soprando comigo, veja só, usando seus olhos da alma, tão lindos quanto seus olhos físicos:reconhece-os?Pois é, são eles, que querem mostrar a você o quanto estão bem e mostrando que você pode continuar a preencher o céu da sua vida com a Poesia, a bondade, a caridade, esse amor ao próximo que tão bem conhecem em você...
E mais:pedem que nunca deixe de SER assim como é, da maneira que os laços de sangue a fizeram, pois todas as demais pessoas que ficaram aqui na Terra e que gostam de você, admirando seu trabalho amplo, sua arte de conduzir a palavra como as crianças conduzem suas coloridas pipas, estão nesse momento de pé, aplaudindo o magnífico solo de quem acaba de colorir a tristeza com as tintas da solidariedade ...
Clap-clap clap!
E agora, um minuto de silêncio, para que o seu coração sossegue,o Ajna,esse terceiro olho que nos faz ver de dentro para fora, emita sua luz azul-índigo, a alma alce longo vôo,o chacra cardíaco, o Anahata, expanda-se com a sua luminosidade cor-de-rosa, abraçando-a e atingindo a quem você ama...Esse azul somado ao rosa, mistura-se ao azul, formando um violeta que cura, antes tendo apanhado um pouco do azul cerúleo desse chacra da base da garganta, o que é facilitador para a comunicação...
Munida dessa carga iluminadora, você, que é A iluminada, saia por aí e use-a para ajudar a essas crianças e pessoas a quem tanto ama.Faça dessa LUZ, uma rede onde abrigará sua pequena multidão de IRMÃOS amados, os não consanguíneos...
E mais,veja, Vânia, quem segura as extremidades , os "punhos " da rede, como dizem no Nordeste!Reconhece?São eles.Os de sangue.Contendo as cordas puídas,escondendoas manchas.Mãos de luz...Trazem suas mãos trasnslúcidas e se posicionam.Até para balançar a rede do cotidiano,relaxar,fazer brincar...Esses,que se foram para outra dimensão,ajudando você a ajudar...
PENSE NISSO...
Um abraço cordifraterno,
da Clevane