Amor de Poeta
Eu não consegui. Se o fizesse, mesmo pelo mais forte dos motivos, morreria. E não é exagero. Mesmo amando mais que a mim, não consegui e creio que no fundo nem queria. Não quero. O amo e isso é fatalmente mais forte que eu.
Nem sei se posso dizer o quanto fiquei surpreso com tal sinceridade, mas foi bom. Não por isso terminaria, não! Julgo banal demais algo como o que ouvi. Prefiro seguir adiante, mesmo que isso custe meu próprio coração jogado ao vento. Não quero que haja outra saída, senão tentar, pelo menos uma vez. Não seria próprio de mim, se desistisse agora. Não tenho forças para isso e o amor é minha maior companhia.
Não sei o quanto o amo, nem preciso dessa noção. Apenas, eu me espanto e amo. Não o vejo como nada que não seja sinônimo direto de amor – mesmo sabendo que este sentimento não traz nenhum sinônimo, porque é particularmente egoísta. É singular. Acidentalmente inexplicável.
E... São tantas coisas as que poderiam nos afastar – não que eu pense nisso, mesmo que esteja comentando sobre -, mas não. Nada nos afasta e isso é particularmente mágico, posso dizer.
Mesmo que já tenha dito a mim, no momento em que não o tinha por perto, isso é amor, talvez mais que isso. Não sou capaz de explicar, simplesmente por ser movido deste, por não ser racional a tal ponto, por ser parte do amor que sinto agora.
Só gostaria de estar contigo hoje. De tê-lo em meus braços no abraço duradouro. Provar o quanto o amo, sem precisar justificar ou fazer o mínimo esforço. Só o seu amor me bastaria neste momento. Demais exigências – as pessoas precisam saber – são demais, são supérfluas. Se me amares como o amo, não precisaremos de mais nada, de mais ninguém, por mais que isso soe ou seja de fato, insano, é necessário saber que um poeta jamais está em sua razão.
PS (Sabes que o amo e precisava externá-lo – a amor – do meu coração. Era e continua sendo importante pra mim, dizer o quanto o amo, porque se um dia eu me calar, é porque o amor que sinto fez meu coração parar).