Querida Milenka Papilio D'Ester





Se...
Se eu pudesse me redimir de meus erros...
Ao menos dos erros que cometi em relação a ti, meu Senhor e meu Deus!
Como eu anseio por isto!
Mas a cada dia que passa mais distante estamos, mais distante ficamos, a cada segundo mais fraco e mais sinistro sinto-me por tudo, pelo o que não foi dito, pelo o que não foi explicado, por tudo que deveria ter sido e não foi...

A noite se aproxima, fria, cada vez mais fria, estou só, completamente sozinho, em total abandono.
Logo eu que até para vir a este mundo tive que ter companhia desde o útero de minha mãe por não suportar um único segundo de solidão.

Solidão de não ter com quem falar, de não ter com quem compartilhar tudo o que sinto: alegrias, tristezas, satisfações, dores, conquistas, descobertas, fracassos, tantas e tantos...
Simplesmente alguém com quem falar, com quem conversar, alguém a saber-se seu amigo, seu companheiro, ombro em que pudesse repousar minha cabeça nos momentos de intensa confusão.

Mas sei que não posso mais contar contigo!

Não sabes mais de mim, rejeita-me, compulsivamente.
Ignoras-me...

O que poderia eu fazer para consertar isto?

Não sei!

Nesta altura tudo está perdido, nada há a ser feito que venha a ter o poder de tocar teu coração, de fazer surgir um mínimo de atenção, de compaixão.

Quem sabe, algum dia, talvez quando se fará tarde, muito tarde...

 


Vladimir Vladimirovitch

 
Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 07/05/2012
Reeditado em 07/05/2013
Código do texto: T3653810
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