Não vou deixar que alguém finque os meus pés na areia. Prometo.
Constantemente remeto-me aos pensamentos escusos sobre a permanência de um alguém qualquer ao lado meu que fosse para, no mínimo, todo o sempre. Mas tais me trazem à tona lembranças ruins que, geralmente, me fazem chorar, ou ainda, desacreditar nas pessoas que vejo. Nunca consegui senti-las, não por muito tempo.
O deixar-se embrutecer levou-me a um novo estágio, onde, jurei, por tempos sem fim, que não me remeteria. Entreguei-me. De repente, após tantas histórias, velhas e novas, tantas pessoas, mentiras, o inevitável aconteceu. As pessoas acabam por perder, assim como aconteceu comigo, a confiança em outrem.
Permitir-se amar e tê-lo de volta, tal sentimento, recíproco, é um ato de muita coragem. Coragem extrema, da qual, por hora, me mantenho a distância. Mantenho-me a beira das noites solitárias, frias e sensuais, sozinha. Noites repletas de cumplicidade, lealdade, comigo mesma. Não me engano. Não me deixo enganar-me. Policiando-me para que, de repente, não me venha, também a noite, a traição do meu coração, que corra por alguém e então, entregue-se. E, de soslaio, entrego-me para o meu coração, para que este entregue-se ao outro sem me preocupar com a notoriedade do sentimento, cujo, em vão, tentaria remediar.
Racionalmente, digo, não deixarei abater-me pelos meus relacionamentos anêmicos. Não vou dar a alguém o poder de manter-me presa num lugar comum. Não vou me queixar das mentiras que não foram ditas. Prometo.