Ao meu poeta preferido
(eu disse poeta...)
abril de 2011
Bom ver você tão perto... o mais perto que a gente consegue chegar não é? Ou que a gente pode, ou deve? Também nunca entendi direito o que nos acontecemos... mas entender parece algo que fica apenas na superfície e sentir é fundamental. Eu sinto você muito mais do que a muita gente que me toca. E gosto disso. Estava hoje pensando novamente que nestes meus tempos de solidão você foi o melhor homem que encontrei, o mais digno. Não tem importância como você vai receber isso, que eu não vou ver mesmo...
E voltando ao piso frio das constatações menos agradáveis, aquele inferno do qual te falei e terminei não te contando mais, virou num purgatório com jeito tão besta meu Deus, com jeito de remendo que não cobre nem a metade da ferida. Isso me faz lembrar aquelas paródias de contos de fadas que continuam a história depois do foram felizes para sempre... e aí tudo que foi tão especial, tão incrível começa a se deteriorar. Eu devia ter parado na cena em que o mocinho me disse nosso amor é impossível e eu quase me suicidei... melhor o sarcasmo e rir de si mesma nestas tragicomédias amorosas. Ah, Ramiro, eu sinto tanta falta de poder falar com alguém que tenha algo pra me dizer que valha a pena, feito você, que não sejam esses babacas que ficam caçando a gente pra conversinhas no msn, ou agora um que me abordou e dizendo que somente deseja amizade, fica escvendo três emails num só dia , ai , eu acho que to ficando um porco espinho... E é mal de família porque hoje a minha filha se queixava de não achar "semelhantes" no seu curso aqui na faculdade e na cidade, assim vou achar que minha família veio de Marte, será?
Você deixa o gancho e eu aproveito...
Eu sei por que você gostou da tal frase no meu poema... aquele poema você deve ter amado... ah, eu também gostei muito... beijo de embriagar, gosto de cana na boca... ah, e agora ouvi o som de uma goiaba caindo, elas ficam caindo no telhado, fazem um ruído forte e aí lembro de você , de um poema que falava que na madrugada ouvia o som das mangas que caíam. Você me manda este poema? Tantas palavras temos... e você nunca me entendeu... e eu sou quase pretérito, estou espichando a vida como elástico, uma força pra ir em frente, uma rotina doida..
Me escreve...
T.