UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Eu acho que é você, não tenho certeza, mas seus olhos me dizem que sim. Quando acordam bem cedo, na manhã do dia e, entre bocejos longos, ora breves, um cintilante brilho me alcança a retina e me ascende pro resto da monotonia.
Eu acho, não sei ao certo. Percebo quando as horas do dia me cutucam e perguntam, lá no canto da mente, onde as bobagens as vezes fazem sentido, onde você está?
  Às vezes duvido, e busco certeza nas dobras de minha camisa, adoravelmente perfumada com a fragrância de teu corpo. Acredito que nem está na roupa teu cheiro, está impregnado em minhas narinas.
  Acho que é você, na tarde miúda, deitada ao sol, quando as nuvens se formatam em diversas formas indecisas, a brincar com nossa imaginação e, impreterivelmente, acabam sempre assumindo os contornos de teu rosto.
Quando uma música qualquer adentra o silêncio da rotina, e automaticamente molduram lembranças de momentos que, pasmem, lá esta você. Nem sempre como protagonista, mas as vezes pequena, num canto, figurante da cena.
  É , se depois de tudo que se apresenta a minha frente, quando me pergunto : será que é você? Depois de tantos fatos, atos, ritos e resmungos eu não me convencer que é você, acredito que a própria dúvida te certificará, pois afinal, se não é você, por que cargas d’água, eu estou aqui e me questionar, então, se é  realmente você?
Minha mente silencia, emudece. Não tenho espaço nela pra outra coisa, a não ser...

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 11/04/2012
Reeditado em 11/04/2012
Código do texto: T3605684
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