Um menino e a ditadura.

Um menino e a ditadura.

Por Francisco Carlos Pardini em DOCUMENTO DITADURA · Editar documento · Excluir

Senhores: Não sei ser este o propósito: Ano 70 iniciei como Boy, para um escritório de Asseçoria Paulista em Jundiaí. Estudava em uma boa escola particular, porem meu desapego ao sistema levou-me a desistência dos estudos e com isso a repetição da série. Iniciei então em escola Estadual onde percebi que o BULLINGY surgiu vindo de uma professora de geografia e seu então noivo professor de educação física. Como não entendia sua postura continuei na escola e fui presidente da sala votado pelos alunos na Escola Estadual Napoleão Maia, na rua São Francisco de Sales na vila Rami . Como primeiro ato institui um jornal em 1973 ultimo ano do ex Presidente Ernesto Garrastazu Médice . Professores comunistas visitava a escola e iniciaram-me com informação, minha primeira militância contra o sistema,pois quis eu escrever matéria sobre a conduta dos professores e sobre o que estava acontecendo em Cuba. “Coisa de adolescentes” estive atrás de mimeografo e todo restante do material. Porem expulsou-me com conotações de mau aluno e outros motivos que desvirtuaram minha militância pondo-me como um aluno problema. Nesta ocasião o diretor da escola professor Brasil Campos Junior esteve em casa e narrou minha sentença para meus pais na minha frente, de 5 anos de punição em escola publicas sem o direito de entrar na escola nem para pegar a carta de expulsão . Com muita choradeira conseguiu um amigo dele professor Guerra de uma outra escola que me aceitasse porem sabia estar marcado pelo currículo com aquela mancha e nunca mais firmei em escola nenhuma. Ainda em 1974 criaram um clube de ex aluno e me chamaram para ser relações exteriores, isso quando em reunião em uma sala de aula cheia de ex alunos conto certamente 40 alunos , época que meu pai sub-empreiteiro de obras construía para o prefeito Pedro Favaro mas em regime particular sem envolvimento com a prefeitura , que me levou n meu discurso propor aos alunos um pedido ao prefeito de um lugar sede , e este foi o meu ultimo discurso enquanto relação estrangeira, pois vieram alguns senhores e conversou com a direção do clube sem minha participação e propuseram que o clube continuaria sendo sediado na escola, mas teriam que expulsar-me dele coisa que acabou com o clube pois entre as meninas e meninos todos unânimes preferiram que terminariam com o clube caso não aceitassem –me e o clube acabou naquele dia. Em reunião 1974 consegui um emprego em São Paulo Capital, para vender pão sovado bolachas e coisas do gênero de uma padaria de São José do Rio Preto com deposito criado por um primo na lapa na rua Nossa Senhora da Lapa, porem quando em quando uns “senhores” mesmo eu com passagem compra me tiravam da plataforma de embarque devolvia meu dinheiro e não deixava-me embarcar com discursos de ser eu subversivo e anarquista e não sei mais lá o que, mesmo eu garantindo que apenas tinha que ir trabalhar ,não adiantava tinha que voltar para casa. Quando depois de muito sofrimento em 1984 em uma determinada noite eu sem dinheiro quis tomar umas cervejas e sair com uma garota de programa. NO centro de Jundiaí na praça da igreja da matriz , em um bar quis trocar alguns dólares que ganhara de um amigo que viajara pelo Paraguai e Uruguai anos a traz. Não conseguindo êxito no bar procurei o dono do cinema Marabá para trocar a moeda, também sem êxito voltei para o bar.Foi quando após alguns minutos um policial que ostentava nada menos que uns 8 galões em cada braço educadamente pede que eu me levante e saia do bar.Quando olho da porta em direção a igreja vejo uns 40 soldados do exercito andando dispersos aparentemente mas todos focados no bar onde estava, ainda na soleira na porta do bar olho a esquerda e um Jipe com dois soldados em pé, um segurando o cabo de uma metralhadora ponto 50 enquanto o outro segurava com uma das mãos a fita de munição. Quis contestar com o soldado que disse _ Agora atravesse a rua vamos. Com uma ordem expressa e tive medo pois quando da causada antes de ganhar a rua via o cano da metralhadora mirada no meu peito. A minha direita encostado ao meio fio a uns 30 metros um camburão do exercito, uma ambulância e um rabecão e mais na frente quase na esquina pude ver enquanto atravessava a rua um jipe . Quando adentrei a praça próximo de onde havia um ponto de taxi que alias só percebi os taxis depois que os 15 dos restantes dos soldados que em circulo me ródio pude ver alguns taxi parando ali. Me revistaram pegaram cerca de 4 dólares Canadense e 3 dólares Americanos e picaram como fosse ratos roendo para fazer ninhada.

Como havia um soldado mais afoito, que me encostava na minha face vez por outra o cabo do fuzil e creio temendo o comandante que a coisa ficasse pior pela ilegitimidade da ação , em frente a tropa ele narra que aquela ação teria sido ou construída por denúncia contra minha pessoa ,pois eles pela denuncia “ouviram”imaginaram estar tratando com um perito em bombas, porem vendo minha inocência e temendo que o soldado afoito iniciasse um massacre em praça publica abortaram a operação.

Kiko Pardini
Enviado por Kiko Pardini em 05/04/2012
Código do texto: T3596398
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