Vamos despertá para os nossos missionários

MARCAS DO CAMPO

Carrego as marcas do culto de despedida

Quando todos com lenço em punho

Acenavam com gesto de adeus

Carrego as marcas do primeiro momento

Quando cheguei na terra prometida por Deus.

Carrego as marcas da saudade que bateu em meu peito

Nos primeiro meses no campo.

Saudades dos parentes, dos irmãos e dos amigos.

Carrego as marcas do choque trans-cultural.

Da dificuldade de me adaptar á língua, a comida e ao clima

Carrego as marcas dos desafios.

De abrenhar-me por matas, montanhas, desertas e rios.

Carrego as cicatrizes dos arranhões.

Das picadas de insetos que me fizeram adoecer

Carrego a tristeza do abandono da minha igreja

Que deixou faltar-me o sustento quando mais precisei

Mas também carrego na lembrança.

O sorriso do indiozinho quando lhe falei de Jesus.

Da alegria da tribo pelo sangue do cordeiro

Carrego a lembrança de quando orei em nome de Jesus

E o milagre da vida jorrou; e face á despedida e a morte

Carrego as marcas da alegre, lembranças

De quando descia as águas batismais.

Os primeiros convertidos.

Carrego as marcas que cristo também carregou:

-As marcas do descaso da multidão.

-As marcas do abandono dos irmãos na hora da cruz

-As marcas da falta de companheirismo nas horas de aflição.

-As marcas do amor pelas almas aflitas e famintas por não conhecerem o pão da vida

-As marcas que o tempo não pôde apagar, mas somente a eternidade poderá revelar.

Esta poesia foi inspirada na vida de um casal de missionários João Oscar e Maria que com vários anos de experiência no campo tiveram suas vidas marcadas por grande vitórias e conquistas, mas também por lutas e provações...

Robson Tavares
Enviado por Robson Tavares em 25/01/2007
Código do texto: T358587