SOSSEGA, VAI...

Sossega, vai. Não adianta fugir do que é real nem tampouco virar as costas e fingir que não é com você. Volte e retome sua vida de onde parou. Volte e segure seu futuro com as mãos calejadas e por vezes sangrentas pela labuta que a vida lhe impôs. Passaram-se anos e de que adiantou tantos sortilégios para driblar o que já era predestinado e fadado a acontecer? Sei que tentou, mas agora chega o instante de admitir que não deu. Foi em vão.

E eu? Em função dessa sua tentativa frustrada em achar que daria certo algo que obviamente não daria, deixei-me levar pelo redemoinho da minha vida e parei em locais completamente surpreendentes. Tal qual Doroty conheci pessoas interessantes por suas virtudes e igualmente interessantes por suas deficiências. Não era você quem dizia que existe beleza em tudo e em todos? Pois bem, passei a procurar por tais belezas em quem cruzava meu caminho. Mas você sabe como sou intensa e mergulhei fundo em cada cabeça pensante e em cada coração "sentidor" que me abordava. Também foi em vão.

Admita. Não deu certo. Foi útil, nos transformou em seres melhores, mas continuamos lá atrás, onde paramos, no momento em que você decidiu dar o "pause". Por que não parou logo de vez? Por que permitiu que um dia pudéssemos retomar? Por quê? Agora é chegado o instante de deixar as perguntas de lado e mandar as respostas ao inferno para que sejam queimadas e consumidas pelas chamas. É chegado o instante de olhar para o alto e vislumbrar um novo horizonte se descortinando.

Sossega, vai. Não adianta fugir. Somos um do outro. Pertencemo-nos.