Para minha querida
Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
(Fernando Pessoa)
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
(Fernando Pessoa)
Meu amor
Ainda hoje, em minhas noites insones, penso em você.
Como o homem que eleva suas preces a Deus, penso em você.
Ah!... Como desejo uma palavra sua! Seria um raio de esperança a brilhar tal qual o Sol nas manhãs de minha juventude. Alvoradas multicoloridas, como meus sonhos de amor.
Após tantos anos releio sua última carta: palavras duras - ira que eu mesmo provoquei. Entretanto, respondi-a com a humildade dos arrependidos. Cada vez que a leio sinto nos olhos a umidade fria do inverno nebuloso que se abateu sobre mim. Jamais imaginei que a inconsequência frívola da juventude me faria carpir agruras por toda minha vida.
Sinto o desejo de um beijo que nunca aconteceu. Nem isso eu trago como lembrança de nossos dias felizes. Nosso amor, inocente e puro, não tinha pressa. Rompimento era uma possibilidade tão remota... Impensável.
Trago como lembrança, além de sua imagem que jamais vai se apagar, uma pequena pétala de flor na qual você escreveu seu nome e a enviou na primeira carta que trocamos. Algo me diz que antes de colocá-la no envelope você a tocou com os lábios. Guardo-a como se guarda um segredo que só a alma sói conhecer. Irredutível presença que em vão tentei destruir.
Embora meus cabelos tenham prateados e o inverno da vida chegado para mim, cada vez que penso em ti sinto resplandecer na alma a força daquele amor. Por que parti? Como pude? Acho que nunca vou me perdoar por isso.
Não sei se terei coragem de lhe enviar esta carta, mas o fato de escrevê-la me conforta e me faz sentir próximo de ti. Não me repreendas, o destino se interpôs. Nossa história não pode ter outro fim. O que vai ficar para sempre, além de minha dor, é a lembrança daquele amor e das grossas lágrimas, como pérolas, a lhe escorrer pelo rosto no momento de minha partida.
Seguirei amando-te pelo resto de meus dias.
Adeus!
Ainda hoje, em minhas noites insones, penso em você.
Como o homem que eleva suas preces a Deus, penso em você.
Ah!... Como desejo uma palavra sua! Seria um raio de esperança a brilhar tal qual o Sol nas manhãs de minha juventude. Alvoradas multicoloridas, como meus sonhos de amor.
Após tantos anos releio sua última carta: palavras duras - ira que eu mesmo provoquei. Entretanto, respondi-a com a humildade dos arrependidos. Cada vez que a leio sinto nos olhos a umidade fria do inverno nebuloso que se abateu sobre mim. Jamais imaginei que a inconsequência frívola da juventude me faria carpir agruras por toda minha vida.
Sinto o desejo de um beijo que nunca aconteceu. Nem isso eu trago como lembrança de nossos dias felizes. Nosso amor, inocente e puro, não tinha pressa. Rompimento era uma possibilidade tão remota... Impensável.
Trago como lembrança, além de sua imagem que jamais vai se apagar, uma pequena pétala de flor na qual você escreveu seu nome e a enviou na primeira carta que trocamos. Algo me diz que antes de colocá-la no envelope você a tocou com os lábios. Guardo-a como se guarda um segredo que só a alma sói conhecer. Irredutível presença que em vão tentei destruir.
Embora meus cabelos tenham prateados e o inverno da vida chegado para mim, cada vez que penso em ti sinto resplandecer na alma a força daquele amor. Por que parti? Como pude? Acho que nunca vou me perdoar por isso.
Não sei se terei coragem de lhe enviar esta carta, mas o fato de escrevê-la me conforta e me faz sentir próximo de ti. Não me repreendas, o destino se interpôs. Nossa história não pode ter outro fim. O que vai ficar para sempre, além de minha dor, é a lembrança daquele amor e das grossas lágrimas, como pérolas, a lhe escorrer pelo rosto no momento de minha partida.
Seguirei amando-te pelo resto de meus dias.
Adeus!