Carta de Uma Mãe
Ainda há tempo de reconsiderarmos o que fizemos.
Com toda nossa boa vontade, demos aos nossos filhos tudo, visando o que era bom e de direito, e na maioria das vezes erramos, formando um mundo da qual eles agora se revoltam. Será os filhos estúpidos? Ou os pais? Ou ambos?
Não fazemos nada mais do que criar, alimentar e vestir essas crianças.
Nós, as mães dessas crianças nos transformamos em empregadas no transcorrer de nossas vidas.
Agora essas crianças já tem idade suficiente para revoltarem-se contra os pais, acusando-os. Mas acusá-los de que? De não ter tido tempo de mais nada além de alimentá-los, vesti-los, pagar a conta do médico, do dentista e da escola.
Então essas crianças te jogam na cara de que não pediram para nascer.
A velha e cega mãe natureza se encarregou das gerações.
E alguns filhos ignorantes, ou que não raciocinam, confundem direitos e obrigações, assumindo uma atitude irreal, não admitindo que os frutos e encargos da vida também são divididos.
As vezes fico imaginando se existe algo em minha volta que provoque tal violência contra pais.
Ao longo da vida, nós, os pais, pensamos que teremos que tratar bem os filhos por que afinal serão eles que escolherão o nosso asilo.
A alegria e a tristeza são nossas conhecidas. Da agonia ou êxtase. Dos triunfos às tragédias.
Considerando que a vida tem muito a oferecer, e nossos filhos insubstituíveis, se soubemos ou não criá-los, cabe-nos pesar o mal e o bem, e não destruí-los.
Por isso, não pretenda ser humilhada nem esmagada para que sua moral não seja destruída.