O MATE DO ENCONTRO
“Querido amigo JOAQUIM MONCKS! Existem pessoas que passam por nossa vida e ficam no passado, enquanto algumas poucas continuam presentes em nossos corações. Lembro o ano de 1985, entrar de uma das noites de inverno , quando preparava meu chimarrão, depois de muitos pneus consertados na Vulcanizadora Tio Tony, outro cliente chegou. Não lembro se foi para consertar pneus, Mas lembro que o cliente leu meus poemas. Ali iniciava o projeto que se chamaria Tertúlia Poética e duraria sete anos, em Montenegro. Fruto de uma nova e duradoura amizade: Joaquim Moncks. Vinte anos depois, esse amigo esteve em Teutônia, onde acabei indo morar e, infelizmente, não foi possível nos encontrarmos. Hoje, leio essa lembrança e fico feliz porque vejo que a verdadeira amizade independe da presença física. Obrigado amigo pela lembrança e se o Patrão lá de riba permitir, qualquer dia desses ainda nos encontraremos no potreiro da existência. Forte quebra costela.”
– recebido via Orkut, em 05/03/2012.
Poxa, meu amigo Tony Lopes! Nunca pensei que o casual encontro em 1985 pudesse ter sido tão marcante em tua definição pela arte da Palavra. O que sei é que ficaste em meu coração antigo e naturalmente poético. Meus amigos bardos são a minha preciosidade – o meu jardim de vivências e de curtição. Além da Poesia, a dimensão humana traduzida me estimula a continuar vivendo com boa fruição nesses mares de inquietações e de pouco bem-estar... Sinto falta de nossos papos tão simples, mas, ao mesmo tempo tão incentivadores e modeladores de expectativas para o futuro. Sei de teu talento sempre renovado, e fico a orar pelo teu sucesso no teatro e nas várias artes da palavra que transformas em vida vivida e haurida... Ando com muita vontade de comparecer a uma tertúlia poética bem íntima, com um vinhozinho cabernet sauvignon ou carmenère a estimular preguiçosos neurônios a movimentar os joelhos e, lassos, curtirem a amizade à volta de uma lareira. Que tal fazer o inverno de Teutônia ficar convidativo, numa pousada, bebericando à Paz? O mate de celebração da amizade vai ficar esperando, como uma tilápia à espera da ração, num fim de tarde, à tona do açude. O Amor também se traduz nas ofertas de beber e comer. E, por certo, orarmos – genuflexos – à graça da presença do Onipotente no seio da confraria dos condenados a pensar...
– Do livro AVE FUGIDIA – palavra & diversidade, 2011/12.
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/3558920