Duas vezes 20

Eu sempre quis chegar aos 30, achava o máximo a expressão balzaquiana*, e hoje acordo com 40 anos. Para mim isso é muito bom, mas o melhor de tudo é ter toda essa experiência, saber o que se quer e o que não se quer. Tomar suas decisões e reavaliar o que deu certo, o que fiz de errado e onde não devo mais errar… poder mudar o rumo quando as coisas não me fazem mais feliz, ser mais assertiva nas decisões, ter ainda muitos sonhos a realizar e muito a viver. Tenho a visão de um legado que ainda não se completou, mas avanço rumo a contrução dele.

Não tenho como ficar sem agradecer a Deus por tudo que Ele me proporcionou até aqui, tenho vivido o que o Ap. Paulo escreveu “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” I Co 2:9. Nem em meus sonhos de menina poderia imaginar tudo que já usufrui nessa vida. Outro dia me perguntaram o que eu pediria a Deus para 2012 e eu disse nada, só quero agradecer. É verdade que o coração tem muitos sonhos e planos, mas nem tenho coragem de chegar diante de Deus para pedir nada. Simplesmente entreguei nas mãos dele e disse, agora são seus e que seja a sua vontade e não a minha.

Dizem que tal momento na vida chama-se contentamento. Então é isso, estou na fase do contentamento, contente por ter meus pais, irmão, cunhada, dois sobrinhos amados, primas queridas e amigas(os). Eu só tenho a agradecer. Desde Maio estou num propósito que é para agradecer a Deus. E tem sido muito bom fazer isso, pois a medida que agradeço tenho visto o amor Dele para comigo.

Então hoje eu não poderia deixar de registrar publicamente o meu agradecimento ao meu amado paizinho, que me formou desde o ventre de minha mãe e que me escolheu para fazer a diferença na vida de muitas pessoas. E que me dá a oportunidade de compartilhar isso com todos que me cercam e se dispõem a compartilhar comigo. Obrigado Deus por que até aqui tens cuidado de mim, com sua graça e misericórdia.

* referência as mulheres de 30 e 40 anos hoje. Honoré de Balzac faz uma apologia às mulheres de mais idade que, emocionalmente amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude – em completa oposição a tradicional figura da moça romântica que nos livros tinham no máximo 20 anos. Sua personagem principal, Júlia d`Àiglemont, é o grande retrato da mulher mal casada, que após anos de infelicidade,ao chegar aos 30 consegue encontrar o amor nos braços de Carlos Vandenesse.