Fantasia

Fantasía

Sou um poeta ímpar , navego em sentido contrário à correnteza

e minhas letras, cíclicas , desnudam a crueza solitária de minha alma atormentada.

Não canto o amor platônico dos enamorados seres antes , a antagonía das paixões desenfreadas.

Revelo o amor revelando-me ; e não me tenham por quimera as palavras soltas ,

pois antes veladas , enclausuradas em desejos incontidos e ardentes , em mim encontraram formas e sons , a causticar almas adormecidas.

Nem tampouco me tomem por irreverênte ; quis a vida me tornar assim ou antes, gerído na noite escura iluminada apenas pela estrela solitária dos amantes apaixonados.

Sou a forma abstrata do sentimento puro e não aguardo luzes que virão ao amanhecer nem auroras boreais. Contento-me com os silêncios e as sombras ; a solidão acompanhada .

E despido de falsas verdades e meias mentiras sobrevivo.

Sou o âmbar de um mundo caótico e caduco , sou sonho, sou fantasía.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 16/03/2012
Código do texto: T3557125
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