Fantasia
Fantasía
Sou um poeta ímpar , navego em sentido contrário à correnteza
e minhas letras, cíclicas , desnudam a crueza solitária de minha alma atormentada.
Não canto o amor platônico dos enamorados seres antes , a antagonía das paixões desenfreadas.
Revelo o amor revelando-me ; e não me tenham por quimera as palavras soltas ,
pois antes veladas , enclausuradas em desejos incontidos e ardentes , em mim encontraram formas e sons , a causticar almas adormecidas.
Nem tampouco me tomem por irreverênte ; quis a vida me tornar assim ou antes, gerído na noite escura iluminada apenas pela estrela solitária dos amantes apaixonados.
Sou a forma abstrata do sentimento puro e não aguardo luzes que virão ao amanhecer nem auroras boreais. Contento-me com os silêncios e as sombras ; a solidão acompanhada .
E despido de falsas verdades e meias mentiras sobrevivo.
Sou o âmbar de um mundo caótico e caduco , sou sonho, sou fantasía.