Carta de um Pai de Família Revoltado

Senhora Presidenta,

Estou escrevendo essa Carta para desabafar, pois não agüento mais ver tantas notícias tristes sobre a violência em nosso país.

Basta ligar a televisão para ver o que estou falando. Não há nenhum telejornal ou noticiário diário que não esteja repleto de notícias tristes e assustadoras.

É visível em todas as partes do Brasil o grande crescimento da violência. Mesmo em cidades pequenas, onde tradicionalmente a vida era pacata e tranqüila, o aumento da criminalidade tem causado inúmeros transtornos sociais.

Nas cidades grandes então a coisa é ainda pior. As pessoas têm vivido amedrontadas, com medo de sair às ruas para fazer coisas que antes era bem simples.

Ninguém se sente a vontade para sair as ruas, fazer um passeio, ou qualquer outra atividade simples.

As famílias no desejo de se sentirem mais seguras estão colocando cada vez mais trancas e cadeados nas portas e janelas, cercando suas residências com muros altos e cercas elétricas; estão contratando vigilância particular, fazendo seguro e blindando seus carros. Tudo isso, com desejo de se sentirem mais protegidas.

E para piorar tudo, nada disso é capaz de resolver os problemas da violência. Todo mundo sabe que não é possível reduzir a violência com cadeados ou seguranças. A solução desse problema não está no medo e preocupação em evitar os crimes.

A solução dessa violência toda não é algo fácil. Eu sei que é preciso mudar muita coisa para resolver o problema da violência que assola os centros urbanos.

Estou escrevendo essa Carta para pedir que a Senhora olhe para os milhões de crianças e adolescentes que vivem em comunidades pobres estão vulneráveis às situações de marginalização, sofrendo abusos ou se envolvendo com as drogas.

Eu rogo à sua consciência para fazer alguma coisa em prol de todos nós, brasileiros e brasileiras. Peço, encarecidamente, que a Senhora dê condições para que essas crianças e adolescentes tenham oportunidades de sair desse estado de vulnerabilidade social, não permitindo que eles ingressem no mundo triste da criminalidade.

Acho também que a Senhora deve priorizar ações que dêem condições para que os jovens infratores tenham apoio adequado, por meio de medidas socioeducativas, para serem integrados novamente ao contexto familiar e social.

A Senhora precisa fazer alguma coisa; precisa honrar os votos de confiança que recebeu nas urnas.

Nós estamos acreditando na sua capacidade para fazer alguma coisa para mudar essa situação caótica em que o nosso país se encontra.

Do jeito que a situação está não dá mais para esperar. Ou a Senhora faz alguma coisa ou o Brasil vai ser dominado de vez pela bandidagem.

Ficaremos aguardando uma resposta ...

São Paulo - SP, 14 de março de 2012.

Marcos Santos

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Ilha de Marajó – PA, Março de 2012.

Giovanni Salera Júnior

E-mail: salerajunior@yahoo.com.br

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Maiores informações em: http://recantodasletras.com.br/autores/salerajunior

Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 14/03/2012
Reeditado em 14/03/2012
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