LAMENTO
Em 14mar2012
Caro Leitor
Lamento por não ter conseguido fazer-me entender...
Muitas vezes as palavras não são suficientes para conseguirmos registrar algo que gostaríamos de externar, ou de compartilhar, de comunicar.
Nem sempre ocorre a escolha certa, correta, de frases, e dentro de um contexto algo não sai tão bem como gostaríamos, e aí deixam-se margens para as mais variadas interpretações...
Mas ainda há as imagens.
Dizem por aí que uma vale mais do que mil palavras...
Pode ser...Mas até mesmo uma imagem pode transmitir um fato totalmente diverso da realidade, pois sujeito também a interpretação.
A interpretação - eis a questão - tudo depende da minha interpretação, da sua interpretação, e quem interpreta é o ser humano, falho, repleto de conceitos e de preconceitos, de opinião formada, de prevenções, constantemente influenciado pelas emoções e pelos sentimentos mais íntimos, do amor ao ódio, da adoração ao repúdio, da aprovação a reprovação, pura e simples, sem nenhuma base concreta , científica, muitas das vezes.
A maioria das vezes!
Na matemática dois mais dois é (ou são) sempre quatro, mas para algumas pessoas pode ser cinco, ou três, tudo depende de quem profere aquela máxima científica.
Se é alguém de nosso círculo de amizade, do nosso afeto, a tendência é a de concordar com tudo o que é dito por aquela pessoa, mesmo que um terceiro observador conclua tratar-se de uma imensa asneira.
A mesmíssima coisa acontece de modo inverso, pode ser a mais cristalina das verdades, um verdadeiro registro de um sentimento real, mas pelo simples fato de ter sido dito, explanado por alguém de quem gratuitamente não gostamos, passamos a dar uma interpretação que vá ao encontro de todo um prévio conceito nosso sobre aquele indíviduo, seu caráter, suas atitudes.
É aquela situação: Não li, não vi, e não gostei...Já odiei!!! É de fulano, não?
Lembro-me agora de máximas que meu pai gostava de dizer e de repetir, uma delas: "Um cão danado todos a ele".
É possível captar hoje o que tal frase tem a expressar?
Não sei, não depende de mim, depende de quem lê, de como lê, do momento que está vivenciando, se está alegre, se está triste, ou seja totalmente subjetivo. Tudo é totalmente subjetivo.
Mesmo o amor!
Mesmo o amor?
Não deveria, acho, mas parece que sim.
O que impera é a emoção.
Não se utiliza nenhuma razão.
Assim, restou-me a mim apenas e tão somente minhas atitudes, os fatos reais, meu comportamento, o que na realidade faço.
...
"Faça o que eu digo mas não faça o que eu faço"!?
...
Teoria e prática!
"Na teoria a prática é outra"!
...
E por aí vai.
Mas chego a uma conclusão que mesmo as minhas atitudes, o meu proceder, podem ser enganosos, posso fazer ou deixar de fazer algo simplesmente por ser algo que condiz, ou não, com a minha personalidade, meu caráter, índole, ou pode ser simplesmente algo que não fiz, ou fiz, por simples temor, pavor, medo ou covardia.
E aí? Como será entendido isso?
Parece que é isto, sempre seremos reféns do pensamento dos outros, do que vai em suas cabeças (infuenciada - a cabeça - pelas emoções).
Por isso, apenas lamento. Somente isso, lamento.
Não ouso usar outro termo, não pedirei desculpas ou perdão, deixei de fazer isto , verifiquei que tais solicitações são sem sentido, não tem o poder de conseguir absolutamente nada.
Assim, apenas lamento.
Lamento.
E as opiniões? Não dou a mínima para o que pensem ou deixem de pensar.
Interessa-me somente uma opinião. A minha.
E os outros?
Direi apenas, repetindo o que já foi registrado:
"O diabo são os outros"!
Acrescentaria : Diabos, verdadeiros diabos.
Diablo. Diávolos. Demônios. Apenas isto.
Compreenderam?
Não se admirem...
Nem eu compreendi...
... ... ...