Me escuta, amor
Oi meu amor, sinto por ter parado de escrever-te, sinto mais ainda
sentir sua falta.
Nos últimos tempos venho tentando confiar no mundo, me doar mais,
deves estar olhando do alto meus passos e tentando me guiar, porém
seus sopros não servem para guiar-me nesse mundo, mas sim para que eu sinta seu soar.
Na sua presença eu não cansava de afirmar, que ela era a melhor de mim;
Na sua ausência não canso de lembrar, que essa é a mais pura verdade.
Vejo tantos cordeiros, até tento fazer lã com a essência dos mesmos,
mas o final não muda, suas supostas lãs caem ao chão e vejo que são apenas lobos.
Houve tempos em que eu chorava e me diminuía, outros em que me sustentava e me erguia, agora; Não sei se choro por tal dor premente, ou se sorrio por não ter lágrimas.
Certeza mesmo só essa do meu peito, cujo preceito é seguir o coração, mesmo com defeitos, ele não tende a ser injusto.
Pergunto-te amor, por que não consigo descontar o mal a qual me fizeram?
Como um ser normal, que sente raiva e ódio pelas maldades sofridas.
Amor, pensei que minha proteção era a frieza e meu alicerce a falta de lágrimas, mas agora descubro que choro por dentro sangue petrificado, além de conseguir congelar
minha alma.
Eu preciso partir contigo, mas além do Davi, existe um ciclo a se cumprir, como um bom combatente, aqui ficarei para honrar o que nem sei existir.