Poderia ser diferente?


Querida


Poderia ser diferente?
Fico pensando, principalmente nestes últimos dias, se poderia ser diferente entre nós dois.
Sinto que estamos mais próximos.
Sinto você mais próxima, mesmo que você não diga nada, mas suas ações, seus sinais, suas atitudes, seu sorriso, seu comportamento, deixam transparecer uma outra pessoa, que sinaliza a mim uma vontade de assumir nosso amor, independentemente dos riscos, das consequências, da "comoção" que isso poderia vir a causar, em muitas pessoas, em vários lugares, nos vários ambientes em que somos conhecidos.

Poderia ser diferente, sim.
Eu poderia assumir meu amor por você, publicamente, e o mesmo faria você.

Essa idéia me veio a mente a partir de um fato, um acontecimento.

Nestes dois últimos dias temos retornado juntos para nossas respectivas residências, ao final de mais um dia de trabalho.
A parte do percurso em que nos deslocamos a pé, conversando, poderia ser diferente, muito diferente, pois em vez de virmos conversando sobre os mais diversos assuntos, não falamos em nós, parece até um tabu, quando estamos distantes fisicamente um do outro agimos como dois apaixonados e quando nos aproximamos agimos como completos estranhos, como desconhecidos, deve ser o nosso medo mútuo de sermos descobertos em nossa relação. 

Poderia-se aproveitar aquele breve longo percurso e falar sobre nós, dizer, falar, em alto e bom som para cada um de nós ouvir, o quanto nos amamos, o quanto gostaríamos de viver sobre o mesmo teto, de arriscar tudo nessa relação, de enfrentarmos a tudo e a todos, sem nada temer, pois teríamos um ao outro e teríamos a força do nosso amor.

Poderia-se fazer uma pausa, sentarmos em um banco daquele parque, mãos dadas, a assistir o final da tarde, trocar juras de amor, olhos nos olhos, carinhos, afagos, doces e ternos beijos, sentirmos a respiração um do outro, sentirmos o batimento dos nossos corações - em certos momentos mais calmo em outros mais acelerado -, repousar minha cabeça no seu ombro e após você repousar sua cabeça no meu ombro, ficaríamos algum tempo em total silêncio e outros falaríamos sobre o nosso amor, sobre o amor, sobre a vida... Enfrentaríamos as pessoas que por nós passassem, por certo a maioria não nos aceitaria, outros por certo nos olhariam com compreensão, de alguns: inveja; de outros: desprezo...Que importa? Não importa, não devemos nos importar com o que os outros pensem ou deixem de pensar, o que realmente importa é o amor, o nosso amor, vicenciarmos esse amor a todo minuto.

Sabe, eu penso que o que está nos faltando é exercitarmos o nosso amor!!!

O AMOR , PARA SUBSISTIR, PARA TORNAR-SE DIA APÓS DIA MAIS FORTE, MAIS DENSO, PRECISA SER VIVENCIADO, PRECISA SER EXPERIMENTADO, PRECISA SER EXERCITADO, TOTAL E PLENAMENTE.



Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 07/03/2012
Reeditado em 21/03/2013
Código do texto: T3539791
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