SEM PERDÃO - II
É preciso viver para sempre com esta faca fincada em nosso peito? É preciso viver para sempre com esta ausência, com esta impossibilidade do teu perdão? É preciso viver para sempre com a tua não aceitação de mim, que às vezes se traveste de aceitação, sempre por átimos de tempo, tempos só para alguma nossa respiração? É preciso viver para sempre com esta impossibilidade de esquecimento? É preciso viver para sempre renunciando à possibilidade de compreender este para sempre mortal enigma de dupla face, este duplo enigma fatal? É preciso viver com esta eterna impossibilidade de ficar, com esta impossibilidade eterna de partir?
Desse conjunto de indagações só escapa uma afirmação: É preciso viver com esta - enquanto não for decretado o contrário, pelo Alto - impossibilidade de morrer.
No início da madrugada de 03 de março de 2012.