Fugitivo da Saudade...

Estou perdido. Tenho que admitir, ao menos pra mim. O cobertor azul do céu se faz um vácuo escuro. Agora não mais é motivo de encontro, mas sim de dúvida... e de saudade.

O que há uns dias seria tão comum, não é e não mais será assim. A visão mudou. Meu mundo está girando, sem que eu possa controlá-lo e o grande comandante e inimigo desses giros vacilantes e ligeiros é o coração, a saudade, o sentimento, sou eu...

Paro e penso e vejo, observo as pessoas engolindo lágrimas, escondendo-se de si mesmas, chorando sozinhas, fugitivas da saudade, como eu. Apaixonadas e presas à nostalgia dos dias que passam derramando suas lembranças a cada lágrima cristalina de sentimento.

E a porta se abre, tão facilmente e parece tão dolorido fechá-la, num gesto incerto de “Até breve”. É um duelo cruel e só eu posso decidir quem será o vencedor. Só eu escolhi o meu futuro, só eu deixei de adormecer em prol do sonho, do grande vôo... e os dias passam, os sorrisos vão, as lágrimas vêm, a saudade perdura e o amor também...

...Fecho os olhos e o grande espelho vem me trazer todos os contos reais, daqueles que ficam na memória, como quando sua avó senta ao seu lado, na cama, até que você adormeça ouvindo toda ilusão de amor, todas as dificuldades e desventuras que um dia você fantasia viver... E o dia chega, mas a fim de nos acordar para os próximos capítulos de uma “nova velha” história.

E antes que eu, você, nós... Que todos partam! Que possamos conseguir viver fugitivos ou amantes da saudade, do amor, do beijo de “Boa Noite”, das lágrimas inocentes por medo do desconhecido, das batidas iguais dos corações amigos e amantes.

Saudades...

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 24/02/2012
Código do texto: T3516393
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