L'amour ne dure pas toujours

Constatei que o amor não dura para sempre. Não existe nada disso. Nunca existiu. Pura balela. Pura enganação.

As pessoas enganam-se a si próprias e também aos seus "amados". Registram juras de amor, amor eterno, que não saberão, não conseguirão viver sem a outra pessoa e tantas e tantas outras sandices inomináveis.

No dia a dia, mínimas ações que demonstrariam a existência desse "amor" não se verificam. Não há uma mínima atenção ao outro. Simplesmente nada acontece. Nenhuma atitude.

Qual o motivo disso tudo? Uma doença? Uma necessidade de enganar ao outro? Pura falsidade? Atitude deliberada? Medo? Imaturidade? Receio de envolvimento, frustrações, dor?

Valores? Os valores mudam mesmo com o tempo, lugar, situações.

Tempo? Talvez isso. Falta tempo para se dedicar ao amor, para gestos mínimos de carinho, gestos mínimos de atenção. Não se cultivam amores, relacionamentos, amizades, não há investimentos nessa área.

Seria isso associado ao individualismo. Eu. Em primeiro lugar eu. Nada ao outro. O outro é o outro, simplesmente isso. Que se vire. Sozinho.

Há coisas bem mais importantes a realizar, a executar, a parecer, a transparecer.

Esquece-se tudo tão facilmente, tão rapidamente, tão convenientemente, tão logicamente.

Facilmente novos laços, novos contatos, novos amores, são estabelecidos e os anteriores descartados, numa velocidade espantosa, num frenesi, em uma desenfreada corrida, corrida para estabeler recordes. Recordes, creio, que quantitativos, apenas, sem nenhuma preocupação com qualidade, com veracidade, com a realidade exterior, somente com uma realidade interior, essa pouco sedimentada em valores humanos dignos. Sedimentada porém no fracasso de relacionamento de pais, familiares. É o exemplo seguido, sempre mais facilmente seguido o mau exemplo do que o bom exemplo. É bem mais difícil seguir bons exemplos, então opta-se pelos maus exemplos. Fácil de se assimilar e de se absorver e de se executar. E é o que está na moda, é "fashion". É o que é valorizado atualmente. É o que conta, atualmente.

É isso mesmo. O amor não dura para sempre.

Melhor que seja assim, então.

Adota-se essas mesmas atitudes, por assim dizer.

Facilmente passa-se a tudo descartar, instantaneamente.

Hoje é o que importa. Descartar. Descartar-se. Ser descartável.

Simples assim.

O amor não dura para sempre. Já o aprendizado, sim. O aprendizado dura para sempre.

Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 16/02/2012
Reeditado em 26/03/2012
Código do texto: T3502255
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