Carta Aberta ao Senado Brasileiro

Senhoras e Senhores, representantes da vontade popular.

Esta carta é um pedido de bom senso, hombridade, honestidade e espírito público. Uma convocação à lisura e à transparência de atitudes de Vossas Senhorias, bem como da Presidente Dilma, para que honrem os compromissos assumidos no calor das campanhas eleitorais, e que permanecem sob as cinzas da ressaca do poder assumido.

Somos uma classe, à qual não foi perguntado se concordávamos com os descontos retirados de nossos proventos, antes mesmo de chegarem estes às nossas mãos. Foram , em alguns casos, mais de trinta, quarenta anos de apropriação, com a promessa de que nos seria devolvido, corrigido, ao final da nossa fase produtiva, ainda que limitado a um teto, para garantir um descanso digno e honroso.

Tenho consciência que muitos de vós estão no poder há tanto tempo, que talvez tenham perdido o foco inicial desse processo. Sei, ainda, que a má gestão, a incúria, o descaso com uma quantia tão grande de dinheiro, levou alguns a descobrir, no seu íntimo, uma cobiça até então desconhecida. Os revéses da política econômica mundial, controlada por um capitalismo selvagem, a falta de vontade de apurar e punir desvios de conduta dos gestores dessa área, o corporativismo de uma classe, os aplicadores das leis comprados, o populismo de fazer cortesia com o dinheiro alheio e farto, ao contrário de qualquer outro tipo de gestão financeira, sempre utilizou a mídia para fazer crer que o sistema previdenciário é insuficiente para atender as demandas da nossa classe. Lêdo engano, qualquer instituição bem administrada gera lucros e dividendos àqueles que nela depositam seus trocados e sua confiança. Se assim não fôsse, não haveria tanta publicidade de Previdência Privada.

Gostaria de lembrar, também, que somos muitos, mesmo tirando os que recebem benefício diverso como os da Lei Organica da Assistência Social. Não contribuiram, e devem ser mantidos com outros meios utilizados para tal proteção.

Somos muitos, somos, em determinadas regiões, os provedores de toda uma familia, e a única fonte de rendimento.

A penalização que nos está sendo imposta, é um crime contra a nossa Carta Magna, a Constituição.

Não reinvidicamos esmolas, nem nada que não nos pertença.

Queremos apenas o que nos é de direito, e de fato.

Não podemos ameaçá-los com paralisações, ou greves.

Mas temos o voto, e , quando bem usado, voces nos taxarão de ingratos, de mal agradecidos.

Continuaremos, talvez a sermos iludidos, por outras sereias de canto mais mavioso, pois estamos sendo iludidos conscientemente desde há muito.

Mas nós os substituiremos, devagar, paulatinamente.

Só nos resta pedir:- Aposentados do Brasil, uní-vos.

Mirem-se no exemplo dos políticos da Grécia, os daqui estão no mesmo caminho.