O AMIGO

Tenho pensado nos últimos dias, em algo que possa vir a ser um neutralizador da angústia. Proponho hoje, fazer uma reflexão sobre a amizade. No entanto, não consigo neste momento, dimensioná-la.

O que poderíamos falar sobre amizade? Não sei. Por isso mesmo, me proponho fazer uma reflexão. Poderia dizer que a amizade é um porto seguro, mesmo quando tudo possa parecer perdido. É confiar no outro como em si mesmo, ou em alguns casos, mais do que em si mesmo. É perceber que somos múltiplos, mesmo quando a realidade nos prova o contrário. É estar acompanhado, mesmo estando só. A amizade é como a fórmula “E=m.c²”. Aparenta ser algo simples, mas é pura complexidade.

O amigo é um dos pólos ligados pela amizade. A amizade é o elo que liga os amigos. O amigo não precisa necessariamente, se declarar amigo. A realidade não precisa gritar para sabermos que ela existe. Ela está às claras, para quem quer vê-la. Somos razão e emoção. As vezes distração e angústia. Muitas vezes, nossa angústia é também a angústia do amigo.

Como disse no início, não sei bem o que possa vir a ser a amizade. Contudo, chego neste momento a uma verdade depois desta curta reflexão: não pode existir amizade sem a existência primeira do amigo. O amigo pode ser o pai, a mãe ou qualquer outro que tenha ou não parentesco conosco. É aquele e aquela que te segura pela mão, quando desliza pela ou na vida, mesmo que não venha a pegar literalmente nela (a mão). Não precisa você ver a ação, apenas sentir a emoção. Erramos em muitos momentos, quando reduzimos nosso círculo de amigos a uns dois ou três. Somos cegos no conhecimento da verdade. E não sabemos reconhecer nossos erros.

Não quero aqui criar uma teoria. Quero apenas entender algo que realmente me confunde e atormenta meu espírito. Por que não abrimos nosso coração, para que a amizade possa conduzir todos os nossos amigos, mesmo aqueles que ainda não conhecemos, para que possam habitá-lo? Sem receios, sem medos, só com a amizade.