À Garota da Lua

Hoje pela manhã, ainda deitado, meus dedos percorreram a cama à procura do meu celular. Esperava ter algum sinal teu. Mas não tive. Senti a tua espessa falta. A tua sublime ausência. Já faz algum tempo que nos despedimos pessoalmente, que olhei teu rosto molhado pelas lágrimas. Agora já sentado na cama, a procura das minhas roupas para o dia, percebo o orvalho matutino beijando a relva. Lembro da última sexta-feira, dos nosso diálogos inusitados, dos intervalos silenciosos entre nós dois. me dirijo ao banheiro e olho no espelho a face que te cativou. Nos amo mais. Saio de casa e todas pessoas se parecem com você, não sei se é porque estou pensando em você ou porque você está pensando em mim. De qualquer maneira, esqueço o ônibus que devo pegar, demoro um pouco a perceber que você não está ao me lado agora. Durante o trajeto do transporte público, recordo algumas coisas que me disseste, medito em tuas palavras e anseio o momento que irei dizer-te algumas palavras que mudarão tudo. Ao chegar no ponto final demoro a voltar ao meu corpo, que estava em um sonho contigo, então deço e caminho até o meu escritório. O sol que ainda está nascendo atinge os meus olhos como você me atingiu. Suave, calmo, brilhante e reluzente. No início da minha caminhada os meus pensamentos se confundem com as vozes dos vendedores, e com os rúidos do celular do rapaz que anda a uns metros de mim. Enfim chego ao meu escritório. Chego. Paro. Termino por aqui.

Mateo Faria
Enviado por Mateo Faria em 13/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3497102
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