De Los Angeles , CA a Seattle, WA
Em um único dia passamos de Los Angeles a Seatlle, da California ensolarada, com suas belas praias, Venice, Malibu , para as constantes chuvas, humidade, nuvens pesadas, céu escuro, do estado de Washington.
No mesmo dia passamos do amor quente, pulsante, admirável, belo, recíproco para um amor morno, estático, contido, sofrido, sentido.
Navegamos, assim, entre extremos, entre os dias ensolarados, claros, alegres, brilhantes, perfumados, cheios de possibilidades, de novidades a cada instante, de encontros repletos de prazeres, do estar junto, próximo para os dias nublados, frios, tristes, distantes, monótonos, desencontros, incompreensões, aflições, incertezas.
Complexidade total a do ser humano, em um momento ser total, pleno, esperançoso, cioso, inteligente e logo em seguida, em breve, em um átimo, um ser pobre, descrente, desesperado, vago, limitado, rancoroso.
Em curto espaço de tempo, muda-se, alterna-se, da mais esfusiante alegria, da total aceitação, compreensão, da partilha, da ajuda mútua, do caminhar juntos, do bem estar e tudo o mais para logo em seguida, em questões de segundos, ínfimos segundos, ser estabelecida a
discórdia, a incompreensão, a amargura, o escárnio, a tristeza, a mágoa, a desconfiança, o descaso, a ironia, a mais fina das ironias, o mal estar total, e tudo isto entre amigos, entre amantes...
Do CÉU ao INFERNO em milionésimos de segundos.
Sem nenhum equipamento de teletransporte.
Em uma madrugada de solidão, em que o objetivo inicial era apenas conversar com a pessoa amada, distante naquele momento, minimizar tal solidão, tanta saudade, e o que restou foi uma imensa dor, uma dor que me persegue até agora, tudo consequência de uma palavra mal colocada, mal interpretada, não compreendida, incompreendida.
Tudo em uma fração de segundos.
Tudo em uma noite apenas.
Uma noite de janeiro.
Noite de estrelas, repleta de estrelas.
E não havia nenhuma chuva, não. Não havia chuva nenhuma.
E eu pensava que estava me saindo tão bem, que estava a caminho de Valhala.