Simbiose de um Amor-e-Ódio Puro e Pleno
Cheguei a um ponto que não me vejo sem você. Sei que não sou uma orquídea, que sou demasiadamente dependente dos meus espaços para respirar melhor, e, olha que coisa: é exatamente nesta lógica que reafirmo: cheguei a um ponto que não me vejo sem você. Porque é nesse paradoxo que repousa essa certeza... E a nossa historia é tão bem alicerçada nas inconstâncias; porque a nossa historia é tão obviamente imprevisível e tão previsivelmente nublada; porque somos a simbiose de um amor e ódio puro e pleno; porque somos um amálgama do sono com a vontade de dormir; porque somos algo que se destrói e se complementa; algo que se adoça e se apimenta. Dependo do temor que tenho de que te aconteça algo de ruim para reavivar a parte boa do que sinto por você. Dependo da sua superproteção para colocar meus pés no chão e perceber que não se vive de ilusão. Cheguei a um ponto que - mesmo que você vá contra - te devo tudo o que eu puder ter, porque se um dia eu for ou tiver alguma coisa, foi porque você esteve comigo quando mais eu tive nada, quando mais eu me perdi na escuridão da clareza da certeza do suicídio após o próximo murro nos dentes; foi na sua paciência e silêncio desesperador por não saber o que falar pra me confortar que encontrei forças, que vi que estava diante de alguém que prefere se calar a dar uma sentença que pode ser capciosa e mal-interpretada - e vazia. Amo você, J., e tenho orgulho do que temos, tenho orgulho do que planejamos, tenho orgulho do que estamos vivendo sem planejar e, sobretudo, tenho orgulho do que viveremos. Mesmo que - carnalmente falando -- três batidas na madeira - não estejamos mais juntos.
07/02/2012 - 21h45m
Doves - Pounding