Respostas!
Não te faças anunciar.
Limita-te a chegar.
Pousa o casaco com os bolsos cheios dessa tua vida mundana na cadeira vazia,
Junto com os cigarros que te beijam os lábios mais vezes do que eu.
Descalça-te.
Não quero que os lugares onde estiveste partilhem os passos que te trazem até mim.
Deixa-me despir-te devagar.
Deixa-me cheirar na tua pele cada segundo que não passei contigo.
E também aqueles que nunca irei passar.
Depois, deita-te ao meu lado e abraça-me.
Mas não me peças nada.
Eu não vou dizer-te uma única palavra.
Esgotei-as todas na solidão das noites em que esperei por ti e tu não vieste.
Estão gravadas nas paredes deste quarto.
Estão espalhadas pelo chão que acabaste de pisar.
Abandonadas pelas respostas que nunca me deste.
Hoje fico em silêncio, porque essas palavras já não me pertencem.
E a ti também não.
Acabaram-se os porquês.
Amanhã não me acordes.
Limita-te a sair pela última vez.