Aquele corpo...
Seguia o féretro de longe...
As pessoas lacrimosas, orando,
então já não se sabia mais,
de quem era aquele caixão...
Estaria eu ali agora, morta?
Nenhum movimento, nada!
Estranha esta sensação...
Não sinto pulsar meu sangue,
nem as batidas do coração,
eu sinto mais. E nada importa.
Nada!
O gélido vento bate no rosto
arrepiando a pele ressecada,
pálida, tão rígida...
Estaria eu morta? E o que é
a morte, senão a ausência
do corpo. Não o sinto, mas
ainda o tenho...Tenho?
Seria este o meu corpo,
tão gélido e inerte?
Estaria eu morta?
E os desejos frementes, a
ousadia despudorada, em
permanente cio, quase animal?
Oh Céus!!! Aquele corpo...
Aquele corpo, é o meu!!!
Eu estou morta!!! MORTA!!!