Para você.
Na cor vermelha ele se apresentou
Tanto no caminho para mar, quando no conteúdo da taça.
Eu soube desde o início que a cor era outra
Nuances de um azul que sempre foi dele.
Mas, enfim, este era o nome com o qual ele se anunciava.
Chegou assim, meio tímido, meio em dúvida.
Escreveu coisas difusas com toques de pérolas
Para quem quisesse ler
Par quem soubesse compreender.
Eu compreendi de imediato.
Eu o reconheci na primeira linha.
E nos minutos que sucederam as palavras
Busquei pelo ar que fugia da respiração suspensa.
Ele chegou de mansinho, cauteloso e até confuso
Olhou bem no fundo dos olhos que primeiro, não eram meus
Mas antes, dele.
Eu o olhei de volta.
Sem pressa, sem medo, sem exigências.
Respirei o perfume embriagante
Que dele exalava na verdade.
Era ele. Ele.
Homem feito e desfeito no sorriso de menino
Revelado e sorridente para mim.
E como toda mulher que não tem dúvida,
Despi minhas roupas de ressalvas e porquês.
E como sempre,
Ele se tornou a força ancestral
E eu, uma vez derramada nele,
Me abandonei no oceano
E deixei que os azuis de seus sonhos também fossem meus.
Uma ode a Posseidon.
Uma taça para você de muitas vidas.