Para você.

Na cor vermelha ele se apresentou

Tanto no caminho para mar, quando no conteúdo da taça.

Eu soube desde o início que a cor era outra

Nuances de um azul que sempre foi dele.

Mas, enfim, este era o nome com o qual ele se anunciava.

Chegou assim, meio tímido, meio em dúvida.

Escreveu coisas difusas com toques de pérolas

Para quem quisesse ler

Par quem soubesse compreender.

Eu compreendi de imediato.

Eu o reconheci na primeira linha.

E nos minutos que sucederam as palavras

Busquei pelo ar que fugia da respiração suspensa.

Ele chegou de mansinho, cauteloso e até confuso

Olhou bem no fundo dos olhos que primeiro, não eram meus

Mas antes, dele.

Eu o olhei de volta.

Sem pressa, sem medo, sem exigências.

Respirei o perfume embriagante

Que dele exalava na verdade.

Era ele. Ele.

Homem feito e desfeito no sorriso de menino

Revelado e sorridente para mim.

E como toda mulher que não tem dúvida,

Despi minhas roupas de ressalvas e porquês.

E como sempre,

Ele se tornou a força ancestral

E eu, uma vez derramada nele,

Me abandonei no oceano

E deixei que os azuis de seus sonhos também fossem meus.

Uma ode a Posseidon.

Uma taça para você de muitas vidas.

Lua Sua
Enviado por Lua Sua em 30/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T3470400