Como cães e gatos.
É com lágrimas nos olhos que te escrevo estes versos, meu amor. Tentando convencer a mim mesma que tudo o que está aqui é falso, irreal. Que não vai ser tal decisão que mudará meus sentimentos por ti.
Eu tento, arduamente, me convencer de que te amar é o suficiente... Que basta por todos os telefonemas não atendidos, as mensagens não retornadas, os erros cometidos. Que é luxúria imaginar que viverias tua vida tentando trazer ela para a minha. Misturar tão forte ambas a ponto de ser uma só.
Estava convencida a pouco tempo de que isso tudo era suficiente. Esse algo que dói e se manifesta em meu peito. Esse algo cujo nome eu não sei determinar. Eu sinto sua falta sim, como os pássaros sentem a falta do vôo. Mas como cães e gatos vivemos nessa luta tão infantil e infundada buscando algo diferente de nossos desejos, e que no fundo nos fazem mal, apenas para podermos machucar um ao outro mesmo sem intenção. Tudo por que subconscientemente você teme uma vida com uma mulher única. E eu temo não ter em mim tudo o que aflige teu peito.
No fim seria este um desabafo mais do que uma simples carta. Com finalidade única de te mostrar algo que não sei bem o que é. Algo que não entendo talvez, que nem sei bem se existe. Poderia terminar ela com o típico “Com amor”, mas prefiro não induzir sentimentos ou pensamentos em sua tola mente infantil. A gente briga, sim. Se machuca. Mas o tempo ao teu lado passa voando. E eu me divirto muito mais com você.
Espero que um dia entenda o que está escrito aqui. E no dia que fizer isso, por favor, me explique. Pois eu mesma não entendi.
-C-