O Ritmo do silêncio.
O silêncio me enche de você, das coisas pequeninas que preenchem o seu mundo. Das suas atitudes de menino quando arregalas os olhos e me vê, e sorri , e brinca com as minhas manias,
do meu gosto extraordinário por mudanças e reformas e decorações quase bizarras. E quando de repente leva a mão à nuca e muda sua expressão, fica sisuda, e os seus olhos ficam ainda mais verdes do que o verde dessa minha esperança tão tola de fazer eterno, cada gesto seu e cada passo.
O silêncio que faço te observando em nossa cama, e acaricio o teu braço tatuado, e penso que é meu de fato, cada respirar e cada traço. É calmaria esse silêncio. Algumas vezes porem é você que fica mudo e eu te estranho sinto a falta do riso farto, te observo e nada falas, apenas tocas em minhas nádegas, este o sinal de que está tudo bem, que também está me observando atentamente.
Ainda reclama quando corto meus cabelos, gosto quando diz que gosta deles pretos e seguras os meus cachos. Mas gosto mesmo quando deito no teu peito e o silêncio então é nosso, e a gente fica escutando os barulhos lá de dentro e o meu ritmo se ajusta ao seu sem intenção, naturalmente. Ou é o seu ritmo que se ajusta ao meu? - Não sei. É bom reconhecer o motor da sua moto no meio do engarrafamento o seu perfume no meio da multidão, e seu olhar no meio dos faróis, me dando sempre sinal verde pra seguir em frente, tua companhia na frente da Tv, tua companhia na mensagem que envia alguma foto nossa no meio da noite, como agora sem palavras trazendo você pra perto de mim...assim em silêncio te respondo.
Cristhina Rangel.
S.P 20.01.2012 – 00:18