Chorume
"Sei que não sou o primeiro. Tampouco serei o último. A não ser que um ensejo Palahnkiukesco do acaso destroce seu rosto, ou me inspire a querer destruir algo belo. Sei que não posso: eu não conseguiria desferir sequer um adjetivo pejorativo em sua direção. Sei que no rol de coisas parecidas com essa, serei só mais um nome. Um dado. Mais um dado na estatística dos que foram quedados. Mais um dardo seu num coração alquebrado...
Sei que você é carne, e entrará em putrefação tão logo seu coração pare de funcionar. Por que esse desatino de minha parte? Essa alquimia do seu ser? Essa gana, essa ânsia de descobrir o cerne do que há em você que bagunçou, bagunça e continuará ad infinitum bagunçando a cabeça de todos que pousam os olhos nos seus olhos, nos seus cabelos, nas suas maçãs do rosto, no seu queixo quadrado - em tudo; quando me verei livre disso?"
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Digno de um saco de lixo rasgado.
13/01/2012 - 14h50m