Carta de um amor distante

Ah, minha amada,

Daqui de onde estou ainda fixo o meu pensamento em tuas ultimas palavras antes de nosso adeus. Renovo em mim, sempre que possivel, a esperança de retornar e encontrar novamente teus braços abertos para mim, e agora, as luzes dos postes, meio fracas pelo tempo de uso, me lembram teu olhar simples, cativo, fixo sempre em meu futuro. E foi assim que por muito tempo eu fiz minhas escolhas: vendo o meu futuro refletido em tua retina.

A areia da praia, que vem de longe, vai de encontro ao mar, num laço infinito e nauseante, e eu estou aqui, apenas admirando. Olho um pouco, e ao longe, nada mais do que um casal, sentado a beira do mar, trocando carícias e, certo, palavras de amor e frases feitas. O resto, é apenas silêncio e solidão preenchendo todas as arestas de minha vida, de forma que me sinto completo, mas estou completo é de memórias e sutilezas do amor, nada mais do que isso.

É diante desse cenário que, movido por uma necessidade impar, escrevi esta carta que agora deverás estar a lêr. Só assim, saberás que meu amor por você, em todas as suas formas, caras e manias, é sincero e de primeira nescessidade. Se um dia tu decidir por começar uma nova vida, ao lado de um novo algém, não sinta remorso, pois tudo isso é de uma naturalidade brutal. assim como o amor, o prazer é uma pista de mão dupla.

Felipe de Oliveira Ramos
Enviado por Felipe de Oliveira Ramos em 12/01/2012
Reeditado em 29/01/2012
Código do texto: T3436830
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