Desejos

Quando as horas se repetem,

chega o momento em que eu sofro...

Na hora de ontem o desejo consumia os olhos do amante,

que consolava minha solidão calada e vadia.

Na hora de hoje, o sono se esvaiu e eu sou apenas eu,

nessa mesma varanda cruel,

de ruídos noturnos,

onde tantos já me tiveram,

e onde sempre estou tão iludida pelo príncipe que me tocou,

todas as tardes tenho febre

e sinto tanto por toda minha vida,

de tantos que me tiveram,

muitos se odeiam e me odeiam,

causo amor e ódio aos amantes de mim.

Sofro o perpétuo soluço da dor da perda,

tenho em mim a melancólica surra que meu coração levou,

e no salão do meu corpo onde brinco de ninfeta,

espero pelo próximo que vou tentar sentir em mim.

Espero pela música doce do orgasmo infantil que ele poderá me dar. Pela dúlcida hora em que o telefone toca, que correrá em meus tímpanos a tua voz sarcástica e vulgar despindo minha alma em partes nuas de meu corpo cândido e jamais imaculado, doente da falta de alguém, a espera do fim desse mundo particular em que vivo.

Quem virá dar fim a mim mesma?

vivi star
Enviado por vivi star em 03/01/2012
Código do texto: T3420885