Para Maria Helena Sleutjes
Minha cabeça é um parafuso dentro de um “Katrina” (tanto mais o corpo, a vida), todo dia sou areia na ampulheta caindo das alturas feito sonho, mercúrio no termômetro na boca da menina febril marcando a inquietude do ser e do não-ser? na veia circula muitas gentes e histórias, cheia de saudade e vazio, paixão e dor e tristeza, dou vida a cada parto, ao empurrar a pedra, animo meus Lázaros particulares, espanto-me de pensar/imaginar que sou barata e mais ainda que sou “sempre-viva”, traduzo-me e aceito-me com sorte, mas e a outra parte? Será morte ou será arte?
Além de sentir o carinho em forma tão bela que me proporcionou (isso é uma coisa inestimável), me fez pensar no quanto e porque e o que somos, porque talvez ninguém se descobre de repente e menos ainda é um único sempre. Acho que eu penso sentindo. Me pergunto o quanto de mim é barata e o quanto de mim é “sempre-viva”, todo dia...
Obrigada Maria! Mal sei escrever e sou péssima com homenagens, mas sou grata.