O Amor - E isso não quer passar

Incrivelmente, eu consigo, talvez não porquê queira, esconder de todos o que está aqui dentro, em mim, mas é tão mais difícil fazer essa dor passar. Escondo as lágrimas dentro da minha alma, mas cada lágrima engolida, suportada, sufocada, é uma sensação terrível e nem é possível explicar. É malvado isso que sinto. Não pedi pra sentir amor, só estava relegado ao meu canto, retraído e cheio de dor pela experiência anterior...

É complexo explicar a sensação que nem sei mais tentar definir. Talvez pior que droga. Apenas fica aqui dentro, escondido, nos bons momentos e assim que se passam me vejo novamente enclausurado dentro desse sentimento.

E não importa quantas lágrimas já derramei ou quantas ainda vou deixar escapar. O que aqui está preso não se resume às lágrimas, nem aos sorrisos ou a qualquer gesto. É algo tão impulsivo e inacessível que simplesmente nunca vou poder controlar, jogar fora ou mantê-lo guardado comigo. Acho que só mesmo o tempo e as circunstâncias dirão o rumo que esse sentimento, sedutor e sádico tomará dentro de mim e o que ele vai representar dentro do meu coração.

Estou aqui, digitando, freneticamente, como uma forma de tentar dizer o que eu queria não sentir, se pudesse. Choro ao não controlar meus impulsos e fico tolamente na esperança de que minhas lágrimas apaguem o que aqui dentro está. Brigo com as pessoas, e reconstruo o meu perdão a todas elas, mas me decepciono a cada vez que sinto que um muro me impede de ser perdoado por aquele que mais queria que ouvisse o meu perdão singelo. Às vezes penso em apagar as memórias que tenho, mas tudo em vão. No fundo, o que queria verdadeiramente era não conseguir apagá-las das minhas memórias, do espelho dos meus olhos, das dores da minha alma, de mim...

E é desse veneno amargo ao qual minha boca se acostumou, que não consigo deixar de tomar altas doses, de me dopar. E é desse veneno amor, que minha alma não mais consegue se livrar... É esse grande amor que não quer passar!

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 11/12/2011
Reeditado em 12/12/2011
Código do texto: T3383556
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