A primeira espinha do meu filho

Hoje, dia 07 de dezembro de 2011, meu filho mais velho, Yatan, com oito anos de idade, amanheceu com a sua primeira espinha.

É um ponto amarelo no queixo, embaixo, bem na ponta.

É uma sensação estranha, engraçada, um pouco atrapalhada para nós dois.

Outro dia nós lemos a coleção de livrinhos infantojuvenis Diário de um Banana. Lá tem a história do Rowley e a sua primeira espinha e o que significa para um menino ter uma espinha.

Ele sabe que uma espinha é o sinal da chegada da puberdade.

Ele sabe o que é puberdade. Ou pelo menos muitas coisas sobre ela.

Eu é que não sei bem como é ver o bebê que outro dia eu carregava dentro do meu roupão, bem quentinho, amontoadinho, igual a uma tartaruga como ele mesmo diz, crescendo, crescendo, crescendo. Sem parar. Sem controle. É lindo. É difícil. É emocionante. É... não sei como é.

Sem querer, a gente vai soltando as mãos e caminhando junto, mas separados, sendo que ontem, tudo se resumia a um colo. Ele era uma parte de mim. Agora, já sabe o que quer e vai sabendo, sabendo, cada vez mais, sem que eu tenha participação nisso.

Ele tá morrendo de vergonha. Fica todo vermelho. Foi pra escola com a mão no queixo, disfarçado.

- Isso sai, mãe? Sai sozinho? Sai como? O que eu faço? Dói!!!

É filho, daqui a pouco já não poderei mais resolver todas as tuas dúvidas. Meu colo não será a solução para todos os teus medos. E eu sei que farás questão de me manter cada vez mais distante de muitas das tuas escolhas.

Tu, por tua vez, sabes que eu sempre vou estar aqui.

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