AS ELEIÇOES NA MINHA ESCOLA

Gostaria de poder ajudar aos meus queridos alunos, em especial aqueles do Colégio Municipal Elza Maria Santa Rosa Bernardo, neste exato momento em que estamos participando de PLEITO eleitoral para cargos de Diretores e dirigentes. Muitos destes (alunos) vieram me perguntar em quem eu votaria e mesmo qual “chapa” estaria apoiando. A minha resposta sempre foi uma única, a de que eu não estaria apoiando nenhuma das chapas apresentadas e não revelaria o meu voto por entender que este, é algo que deve ser mantido em segredo. Aliás, foi uma das conquistas da nossa luta pela “cidadania” em nosso país, que inclui também o “Direito” de não votar. Quem sabe?

Se entendermos que as ideologias apresentadas não correspondem com as verdadeiras NECESSIDADES da nossa Instituição escolar e que tais propostas não serão contextualizadas com as demandas da comunidade em que a unidade está inserida, neste caso, O Grande Jardim Esperança. Então, devemos mesmo exigir outros pleiteantes. Por isto devemos, neste momento em que temos a oportunidade de colocar em prática todas aquelas homilias de sala de aula, também pensar sobre as relações aristotélicas da política: “TODO homem é um animal político”. Mesmo que estas relações estejam resumidas a um espaço bem menor, que é a nossa Escola. Mas é ali e é agora, que poderemos “sacar” e incluir em nossas vidas lições de grandeza inigualável, pois nas micro-relações reflete-se o macro.

Penso que seria interessante termos mais “chapas” pois teríamos mais opções; mais ideias; mais debates, mais cores; mais chances de aprendermos a fazer da escola um local de trocas de conhecimentos. E o principal, sairíamos da BIPOLARIZAÇÃO POLÍTICA tão costumeira E ENRAIZADA na mentalidade do cabofriense. É na PLURALIDADE e não na coisa UNA ou Bi que se constrói um mundo mais justo, democrático e igualitário.

Fazer política é uma arte, assim sendo, temos que dominá-la. Devemos dominar a arte de fazer e de ser político e não a democracia. A democracia é, e deve continuar a ser livre, espontânea, com VOZ, com cores, plural, com reticências. A “escravização” da democracia é uma herança maldita, revelada em sua pior fase, na Ditadura, onde as vozes foram caladas; partidos foram extintos, unipartidarismo; universidades foram invadidas; a imprensa castrada; jovens torturados; presos; mortos. “Amar” o Brasil significava calar-se diante deste quadro. Protestar era assinar a sua sentença de morte e também de sua família.

A democracia deve ser livre, respeitando os diferentes; as minorias; os oprimidos; chamando os excluídos para a inclusão e os opositores e críticos para o diálogo.

Na Escola, isto deve ser uma máxima; uma constante; uma verdade (neste caso absoluta) dogmatizada, irrefutável; inalienável. Pois é ali, naquele espaço, é que devemos pensar e aprender sobre cidadania; sobre a polis; sobre socialização; verbalização de ideias opostas e mesmo antagônica. É na escola que aprendemos a como endereçar uma crítica sem personificá-la; como ser ético; como debater sem agredir; como não transgredir ou mesmo, como não usurpar o Direito do outro, como perder; como lidar com a vitória e com o PODER, ou seja, é ali. Naquele local chamado Escola é que aprendemos a ser e a fazer política.

A DEMOCRACIA não pode ser escrava do autoritarismo; do despotismo; da autocracia; da oligarquia; da aristocracia escolar... a DEMOCRACIA (escolar) está acima dos cargos e títulos. A voz do cozinheiro; do porteiro; da auxiliar; dos inspetores; dos coordenadores de áreas terão de ser OUVIDAS e respeitadas. Não importa se um professor ou algum outro funcionário é CONTRATADO ou EFETIVO. Têm estes, o direito e mesmo o dever social de se manifestar (pelo voto, voz, panelaço, apitaço, cores...) da forma que bem lhe parecer, através de SEU critério ideológico ou partidário.

Não porque é escravizado e dependente de um CONTRATO TRABALHISTA.

Não por ser um efetivado descansado e omisso as problemáticas da instituição. Lavando sempre as mãos diante destas questões cruciais.

Não por fazer parte do círculo de amizade dos pleiteantes ao cargo.

Não por ser parente ou por está ligado de alguma forma afetiva e/ou emocional aos “chapeiros” (chapa 1 ou 2).

Caros alunos, pois é a vocês que eu enderecei esta epístola. Da mesma forma quero que tenham a liberdade de espírito para escolherem e bem a “chapa” a votar. No campo ideológico e dos projetos (viáveis a concretização), penso está localizado o melhor dos direcionamentos.

Não por se tratar de um professor “bonzinho” e “legal”.

Não por se tratar de um professor que vai me favorecer no conselho final.

Não por se tratar do dirigente de turno que “me deixa beijar no pátio da escola”. (pasmem, mas já ouvi isto).

Não se deve votar em alguém ou em um grupo por ser este simpático as minhas preferências, sejam estas religiosas ou sexuais....

Façam uma análise e uma “detalhação” criteriosa das promessas feitas por estes dias e não caiam nas ARMADILHAS EMOCIONAIS do momento e do ambiente que estamos vivenciando. Não façam inimigos. Colham flores.

E, tudo passará...

Pense filoliveira

filoliveira
Enviado por filoliveira em 03/12/2011
Reeditado em 05/12/2011
Código do texto: T3369811
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