Amor,

Como gosto dessa palavra, como gosto de dizê-la baixinho ao seu ouvido. Pode ser impressão minha, mas essa é uma palavra que caminha para o infinito. Basta dizê-la com sentimento e você também verá.

Amor, hoje te escrevo para falar um pouco de mim, da saudade que ficou depois que você se foi, das coisas que antes eu só fazia para você. Acho que desaprendi algumas delas. Você costumava ser minha plateia, mas acho que nunca te contei que você era na verdade todo o meu show. Deixei de dizer muitas coisas... Nunca te disse adeus, nunca pedi para você ficar. Ah amor, é que nem sempre tenho voz, nem sempre sei me explicar. Eu queria que você pudesse ler o desespero em meus olhos, eu queria que você adivinhasse meus sentimentos. Desculpa. Essa é uma palavra de fim abrupto, desculpa deveria ser mais parecida com amor.

Sabe do que mais sinto falta? De ouvir você entrando tímido no quarto, me chamando de pequena. Eu sempre achei que enquanto eu fosse a “sua” pequena tudo estaria bem, eu estaria salva. Eu sei, hoje eu sei que coloquei muito peso em suas mãos, não soube lidar com o meu amor.

Amor, queria que cada vez que eu dissesse essa palavra você se materializasse na minha frente. Queria enfim te contar meus soluços, chorar no seu ombro como um bebe. Mas agora você está muito distante não é? Tudo bem, você está bem. No fim, pelo menos um de nós continuou com a vida intacta. Que bom que foi você. Eu não saberia o que fazer com a sua dor, e eu morreria se não pudesse te ajudar. Eu? Eu sei me levantar, sei sorrir convicentemente, sei seguir em frente. Tá, eu ainda olho para trás, mas no meu lugar você faria o mesmo. Você foi a experiência mais doce da minha vida, foi o meu prazer mais intenso, meu amor de todas as horas e ainda hoje, acho que ‘amor’ é sinônimo seu.

Ah, eu ainda moro na mesma casa, frequento os mesmos lugares e escrevo tarde da madrugada. Mas sobre você amor, eu nunca mais falei.