Esquecer

Esquecer...

Tudo se apaga e esquece nesta vida:

Uma noite de luar, um beijo, uma partida

A mão que se apertou, o trem que, lento brando...

Largou a “gare”, o lenço que acenando... Ficou!

Um lenço... Um ponto branco depois

Um coração magoado a repartir-se em dois.

Esquecer...

Tudo se apaga e se esquece nesta vida:

Um amor que se amou, a vida mal vivida dos vinte anos,

A lâmpada maliciosa de uma alcova,

Uma luva, uma rosa, que alguém deixou cair.

Uma dama qualquer...

Que passou, como passa, afinal, toda mulher.

Esquecer...

Tudo se apaga e esquece nesta vida:

Tudo? Não! Uma coisa incompreendida,

Que de crença e de fé as nossas almas juntas...

A gente lembra sempre e não esquece nunca:

O nome da mulher que resume o poder...

Do amor que fez feliz fazendo-nos sofrer!

Idos 1923

Carta de despedida da faculdade de farmacia de Pindamonhangaba. calazans

Marcos

Marcos Pestana
Enviado por Marcos Pestana em 24/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
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