O POEMA NU

Maria, leitora e amiga!

Realmente não é lá um poema de maior significado. Nem tem maior preocupação de codificação de linguagem. É um poema aparentemente aberto... Eu o desejei assim, despido:

FRÍVOLA DESCOBERTA

Joaquim Moncks

Oba! Legal!

Hoje é o meu dia de sorte...

Descobri

– nem tão acidentalmente –

que o que sobra aos velhos

é o amor pueril pela palavra...

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2011.

http://www.recantodasletras.com.br/poesias/3346437

Enviado por Joaquim Moncks em 20/11/2011.

Código do texto: T3346437.

Porém, com todo o respeito que me mereces como interlocutora (além da amiga), todavia – parece-me – continuas com a visão um pouco afoita, talvez turva, que é o que te faz passar por cima dos espécimes de figuras de linguagem. Possivelmente porque não fazes a oficinação de teus textos, fato que reiteradas vezes me cientificaste até em comentários no site do Recanto das Letras. Quem não tem esta prática passa por cima daquilo que os atilados praticantes se apercebem... Trata-se de um refinamento do “sentir”...

Existem METÁFORAS DE PALAVRAS e DE IDEIAS. Aqui, no caso, é a segunda que aparece... Há uma forte sugestionalidade, via linguagem metafórica subjacente, a partir do terceiro verso, mais codificada do que nos versos anteriores, e por baixo daqueles há a aparente inutilidade dos idosos, os quais são, em regra, vistos como “sobras”...

Porém, não cabe ao meu alter ego (que é aquele que realmente elabora a criação dentro de mim) fazer revelações, porque a Poesia é quem nos descobre... Não somos nós que descobrimos a Poética no poema. Aqui, parece que não tiveste empatia para o com o texto... E sobre isto não me cabe discutir. Entendo que o leitor é o dono do poema, depois deste posto à luz. Bom, fico muito feliz que estás ativa na tua observação crítica...

Eu, por mim e pelos meus alter egos, estou mais vivo do que nunca, apesar dos problemas, porque continuo com o "amor PUERIL pela palavra". E é esse sentir que me salva das pedras da velhice, mesmo que, ao espelho, tenha a barba branca; dores na coluna e nos joelhos; alguma tontura quando o diabetes está alto...

Safo-me do estresse pela frequência da palavra frente aos meus dedos doídos da artrose, antes que a impotência me pegue, ou que eu tenha de fazer mesuras involuntárias ao Dr. Alzheimer... Afinal, tenho 65 anos. Algum dia – e é o que desejo – chegarás a esta quadra...

Muito obrigado pela leitura e pelo gesto da comunicação. Sabes que ofertaste um novo texto para a minha página de autor? São por essas razões que o leitor é tão importante – para o amigo – e para o escriba que capengueia na Poesia e na Prosa...

– Do livro PALAVRA & DIVERSIDADE, 2011.

http://www.recantodasletras.com.br/cartas/3347473