Foi isso que você me escreveu, lembra?

“Com carinho...

Saudades de tudo que foi bom e durou pouco.

Saudades do jeito de moleque matuto;

E eu tentava não ser patricinha na frente dele;

Saudades das longas conversas no MSN;

Da ansiedade em vê-lo

Do 1º beijo, do medo, dos encontros no AP;

Saudades do namoro no sofá.

A saudade de quem nos fez bem é a que mais dói.

Saudades da carne dura;

Do sorriso lindo dele

Dos olhinhos apertados

O cuidado;

Ligar antes de viajar, comer direito e tomar remédio pra dor de cabeça.

Sinto saudades da proteção.

As minhas manias loucas que ele conheceu:

O balanço do pé, mexer nas sobrancelhas e além de tantas outras a pior, olhar os pés dos caras...

E eu nem olhei os dele.

Saudades de tentar convencê-lo que não sou louca.

Saudades de me sentir menina.

Ele é tão desenrolado,

E eu enrolada e medrosa.

Saudades de ele não saber roubar beijos,

De como ele estava lindo com a blusa de mangas compridas laranja. E eu nem disse a ele.

Saudades muitas do cheiro dele,

Das conversas cobre nossa vida,

Tão pouco tempo e tão intenso pra mim.

Saudades da boca dele,

Do carinho;

Das músicas;

Fazia tempo que eu não escrevia assim feito guria

Eu sinto muitas saudades das brigas bestas

E mesmo sabendo de tantas diferenças, nada importava, pois por um momento ele me fazia esquecer da vida e das obrigações.

Saudades de não prestar atenção em bioquímica,

Saudadona das caras e bocas, cara de pegador

Saudade das mordidas

Dos beliscões (coisa de louco)

Vivemos tanta coisa e não deu nem tempo de saber mais pra sentir mais saudades.

Ele nem tocou violão pra mim.

Eu com tanta coisa na cabeça, tão complicada e confusa.

Saudades das coisas boas que talvez não voltem mais,

Como se eu o conhecesse há anos

Nunca queria deixá-lo ir

Queria tê-lo sempre ao meu lado

Se não namorando

Sim, amigo ou alguém importante

Como não se define alguém com quem nos relacionamos e depois tornou-se um amigo, ele é um “coisa”.

Ele fez e faz parte do meu caminho;

Talvez seja egoísmo meu;

Mesmo que ele queira

Não vou deixá-lo sair da minha vida.”

Está aí, da mesma forma que recebi e guardei! Só pra que saibas que era verdade o que te contava!

Depois desses anos lendo isso me pergunto: por que você resolveu me escrever naquela época? Você era apenas uma menina, nem tinha vinte anos ainda!

Lembrando disso me pergunto novamente: por que eu senti que isso era mesmo verdade? Acho que porque era!

E agora, me aparece você novamente, mais madura, contudo, menos demonstrativa. Com complicações bem maiores, mas, com sentimentos mais aguçados que tornaram essa nossa nova vivência bem mais intensa, entretanto, tão ou mais breve quanto a primeira!

E você nem assinou a carta!

Da mesma forma que você termina o que não sabe como terminar, termino esse relato:

Enfim...