::: Dear. Cupid :::
Orlândia, 14 de Novembro de 2011
Querido cupido,
Estou aqui, mais uma vez, como sempre. Mas desta vez, ao contrário das outras, venho lhe falar através desta com muita, mas muita raiva mesmo. Sabe, nunca pedi pra me apaixonar, mas você sempre vive se intrometendo na minha, já muito complicada, vidinha. É!!! Você mesmo, não adianta olhar para os lados como se fosse inocente, você com esse arzinho de anjo, cabelinhos dourados e enroladinhos e essa flecha maldita arruinou minha vida inúmeras vezes. Por que hein? O que eu te fiz para merecer tal castigo tão doce e amargo ao mesmo tempo?
Você que veio de repente, me viu assim tão desiludida e achou que ao me acertar tão profundamente fosse me fazer feliz. Você se esqueceu que só uma pessoa não faz um amor durar. Ah! Moleque! Se eu te pego mirando essa flecha em mim, não sei o que sou capaz de fazer. Fica esperto hein...
Quando você me acertou, num daqueles dias de verão em que um olhar tão bonito me olhava, mal sabia eu que a dor da flechada sentiria só mais tarde, quando o meu coração, aos poucos, fosse despedaçado. E agora? Faz a bagunça aqui dentro, destrói meu coração e depois simplesmente vai embora como se nada tivesse acontecido. Agora, vem aqui e conserta o que fez. Vem aqui e cola meu coração e por favor, te peço com todas as minhas forças, não faça mais isso.
Mire essa flecha só quando tiver certeza de que será para sempre...
Atenciosamente, e com muita raiva.
Ana Luísa Ricardo