Carta aberta a Deus e aos homens
A vida está mesmo, sempre, por um fio. Se ficássemos pensando nos riscos que corremos, nem mesmo sairíamos de casa – apesar de não estarmos totalmente livres e seguros dentro dela. No entanto, é quando nos acontece alguma coisa que nos coloca “face a face” com a fragilidade da vida e a realidade da morte que nos damos conta de que elas existem.
E como defendido no “efeito borboleta”, você imagina que poderia ter sido muito diferente caso tivesse saído alguns segundos antes, ou depois.
Mas, é como dizem: para morrer, basta estar vivo. É como eu digo: a gente começa a morrer quando começa a ser gerado.
Então, é daquele jeito mesmo, passa um filme na nossa cabeça, erros e acertos, uma vida inteira resumida em segundos. E se você consegue sair dessa, sai agradecendo a Deus ou à sorte, pela dádiva de permanecer vivo e promete a si mesmo e aos seus que, daquele momento em diante, prestará mais atenção no dia-a-dia e dará mais valor à vida.
Entretanto, é comum - mas não deveria ser - que, com o passar do tempo, aquele episódio deixe de parecer ter sido tão grave e marcante, e você volta a ser desatencioso e descuidado com a própria vida, além de menos grato a Deus ou à sorte.
É por isso que, sendo eu um humano, sujeito a toda e qualquer coisa, como todos os outros, que me aproveito do frescor do acontecido para tornar público e eterno a minha gratidão a Deus que, uma vez mais, me segurou firme em suas mãos e renovou o meu direito de viver.