Escrevas-me as manhãs
Escrevas-me as manhãs
Marcos Olavo
Sinto verdadeiramente toda lembrete dia,
No pulsar de nossa tristeza,
Velejando nesse mar que você vê,
Olhando alguém bem longe.
Onda quebrante do dia fugaz,
Observando teu delicado pensamento,
Neste valioso ouro de tempestade,
Na sentada pedra de sabão.
Vejo uma pintura em cima de uma pedra,
Lembro que um dia foi até você,
Descansando em teus braços demorados,
Na queda do desencontro raro.
Mais de mil ligações acusadas,
Em fora de hora largada,
Na canseira de um braço,
Logo jogado na cama.
Você avisa em um toque gritante,
Na corrida afora do feliz sol,
Que bate em teu leito perfeito,
Em cada verso do feito.
Espera o som das ondas o dia inteiro,
Pra fazer outra linha de momento,
Aproveitando o belo amanhã de sol,
Que cai a nova tarde descansada.
Ouço o choro das ondas quebrando a lama,
Dando um banho prometido nesse lindo dia,
Pra não se esquecer do sofrido amor,
Que cada batida faz chorar.
Era vez minha dizer sem medo,
O que esse pobre sentimento grita,
Neste apelo ousado do escrito bonito,
Que nunca tocará em outro lido.
Escrevas-me todas às vezes lembradas,
Na cara queimada desse sol rebelde,
Mostrando uma vida de alegria trazida,
Em cada levantada de cabeça.
Tuas desculpas me faz chorar,
No desejar cantado pra noite,
Vendo um passo de ruas nuas,
Em cada vizinha barulhenta.
O esperto abraço forte do tempo,
Que dança na cama da lama,
Que foi deixada em lugar estranho,
Fervendo numa pisada dos pés.
Alegra-me em saber de você,
Nesta manhã maravilhosa,
Que desce escrevendo o que nota,
Em teu suspeito luxuoso.
Disse-lhe que não te faça de inteligente,
Perdendo minhas vampiras linhas,
Em um cantar ligeiro,
Que atropela tua finura.
A grosseria de novembro nasce,
Em endereço a você,
Pra algumas estrofes magnificas,
Foi levada a inquietação,
De suas vistas quebradas.
Escrito por: Marcos Olavo