O jovem pianista

Não lembro como caí de pára quedas na sua vida, só sei que se tornou um hábito, chegar na sua mesa, dar bom dia, falar sobre qualquer trivialidade, e ir embora, tudo normal.

Você falou da profundidade do meu olhar, será que você não confundiu profundidade com vazio?

Sensibilidade cativante que me convida a me atirar à escuridão.

Quando nossos olhos se colidiam... não sei explicar a doçura do teu olhar... sei lá, como as estrelas!

Se você olhar o céu numa noite clara vai perceber o quão doces são, como se Deus quando o fez , polvilhou com açúcar bem fininho, e a junção de tantos pontinhos trouxesse um pouco de doçura à alma de quem se desliga do cotidiano e aprecia a beleza da imensidão. Acabando por se perder no infinito.

Não posso mais voar em seus céus que me observam ao lado da sua mesa.

Chegar em sua mesa, dar bom dia, falar sobre qualquer trivialidade, e ir embora, tudo normal, meu olhar profundo e eu, perdidos no indefinido.

Para R.F. – Janeiro de 2010

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 01/11/2011
Reeditado em 01/11/2011
Código do texto: T3310910
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