Uma mulher e uma tela
Estou aqui, mais uma vez diante da mesma tela branca.
Lendo o que ela me escreveu, contando as palavras,
Evitando sentenças que não estou pronto para dizê-la.
que ela não está pronta pra ouvir.
sinto a presença dela aqui comigo.
Leio as frases que vão surgindo e é quase como se eu estivesse ouvindo a voz dela.
Como se eu pudesse ouvir as risadas que eu lhe causo repetidamente...
Como se ela estivesse do meu lado.
Ainda sinto o gosto amargo da ultima ressaca.
dos litros de cerveja que tomei noite passada tentando preencher o meu vazio.
Um vazio com a forma dela.
Cada sorriso que eu vejo, cada mulher que eu beijo me só me relembra dela.
São formas de aliviar o peso que é não tê-la.
Mas não é a mesma coisa
nunca é.
Me conformei em assistir de longe ela cair em outros braços, ergue-la em cada um dos seus tropeços, reconstruir cada sonho espatifado, simplesmente para fazer parte de sua vida
mas não... não é a mesma coisa.
Ela lê as minhas cartas pensando que são para outras
ela não sabe... nem ao menos sonha
que cada letra que escrevo e cada verso que eu componho
é pela dor de estar tão perto e ao mesmo tempo tão distante
é pela dor de não poder ser seu amante