Uma mulher e uma tela

Estou aqui, mais uma vez diante da mesma tela branca.

Lendo o que ela me escreveu, contando as palavras,

Evitando sentenças que não estou pronto para dizê-la.

que ela não está pronta pra ouvir.

sinto a presença dela aqui comigo.

Leio as frases que vão surgindo e é quase como se eu estivesse ouvindo a voz dela.

Como se eu pudesse ouvir as risadas que eu lhe causo repetidamente...

Como se ela estivesse do meu lado.

Ainda sinto o gosto amargo da ultima ressaca.

dos litros de cerveja que tomei noite passada tentando preencher o meu vazio.

Um vazio com a forma dela.

Cada sorriso que eu vejo, cada mulher que eu beijo me só me relembra dela.

São formas de aliviar o peso que é não tê-la.

Mas não é a mesma coisa

nunca é.

Me conformei em assistir de longe ela cair em outros braços, ergue-la em cada um dos seus tropeços, reconstruir cada sonho espatifado, simplesmente para fazer parte de sua vida

mas não... não é a mesma coisa.

Ela lê as minhas cartas pensando que são para outras

ela não sabe... nem ao menos sonha

que cada letra que escrevo e cada verso que eu componho

é pela dor de estar tão perto e ao mesmo tempo tão distante

é pela dor de não poder ser seu amante

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 31/10/2011
Reeditado em 31/10/2011
Código do texto: T3309584
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