CLAUDIOSÉ TAVARES

Meu caro amigo Claudiosé.

Parabéns, Você é o Cara!!!...

Como dizia meu Professor de Filosofia: “li, reli e trêslí” a sua grande obra, “Outro conceito de Deus” e fiquei maravilhado.

Amigo, você transcendeu aos padrões normais dos estudiosos do assunto, mostrando aonde quer chegar e delimitando a rota.

Lúcio Sêneca, um filosofo romano do primeiro século disse: “Quando o homem não sabe para que porto se destina, não importa para que lado sopra o vento, pois nenhum deles lhe será favorável”. - De certo, ele não conheceu “Cau-Tav”, tampouco seu analítico estudo sobre o cotidiano do Deus contemporâneo cultuado pelos néscios da teologia.

Desde que me interessei pelo assunto, comecei a pesquisar em todas as fontes, na esperança de encontrar um sentido para Deus e sua complexa existência. Lancei-me ao desafio da procura, principiando pelo Livro dos Livros. A Bíblia.

Com exaustiva leitura do Livro Sagrado, estava eu, cônscio do que queria e para onde rumaria a minha nau. A partir de então, a direção do “vento” era de vital importância para o viajor...

Como qualquer viageiro, não estava preparado para as surpresas da viagem ou dos percalços no itinerário. Por diversas vezes vi o desânimo me apossar, trazendo a incerteza e dificultando-me o discernimento.

Embora com dificuldades, sobretudo com a ausência de conhecimento teológico capaz de dar-me um norte para a minha viagem, abracei a “vontade” como companheira e seguir em frente, consubstanciado na máxima: “O mundo se afasta e dar passagem para o homem que sabe aonde vai".

O vento chamado “Cau Tav” soprou com força suficiente para eu içar velas e zarpar para o “Porto Seguro da Esperança e da Verdade”.

Então, confabulando comigo mesmo, repetir as palavras de Paulo: “Vou combater um bom combate, completar a carreira e manter a minha fé". – Por isso, eis-me aqui, na luta pela “Verdade Deista”, amparando-me no “Claudiosé” da vida, que certamente, tem muito mais a dizer que as duas laudas escritas que chegaram às minhas mãos.

Os homens que antevêem os momentos importantes da humanidade ou ultrapassam os recursos de suas épocas com suas pesquisas, não são aqueles que simplesmente adivinham o futuro como um jogo de apostas, mas são os que sonham além dos limites do cotidiano.

Claudiosé, amigo, não é sem causa que você é o destinatário desta missiva. Sempre admirei a sua coragem e determinação para enxergar além das “paredes”. - Assim como eu, você sempre sonhou audacioso e, inquietou-se com os modelos manufaturados que nos são oferecidos, de maneira impositiva e pouco explicada, subestimando a nossa inteligência e abduzindo o nosso sonho de sonhador em busca da verdade cristã.

“Quem não sabe por que caminho chegará ao mar, deve tomar o rio por companheiro”. - Dessa forma, vou seguindo o caudaloso Rio, de cuja nascente em Santo Estevão, tem “Cau-Tav” como afluente principal, para pesquisar e escrever meus conceitos, sem nenhuma pretensão literária, mas com muita independência, sem culpa, sem preconceito. - “Escrevo para mim. Escrever é uma viagem minha; quem quiser que pegue carona”. Com esta convicção é que vou escrevendo...

Não sou ateu, certamente. Mas também, não sou obrigado a “crer” em tudo, da maneira mal historiada e pregada pelos que têm desconhecimento de causa, e medo de duvidar. O descrer tem o mesmo princípio do crer. Espero, então, que a minha descrença não agrida os que acreditam, ou pior, desperte a piedade dos que enxergam nisso um desamparo profundo e inconsolável.

Admiro, pois, a sua ousadia e coragem, quando toma uma posição solitária para tratar de um assunto complexo e desagregador, quando para muitos, seria de bom alvitre pensar que a compaixão está reservada, que jamais seremos órfãos e que alguém zela por nós. - (mesmo vendo o ocorrido no Rio de Janeiro, Haiti, Torres Gêmeas dos USA, e as criancinhas imaculadas, que nascem defeituosas e condenadas ao padecimento eterno). - Quero acreditar em Deus, mas não sei exatamente em que momento meus sentidos não suportarão a lógica divina. Não bastasse a dificuldade de entender a “Trindade” como sendo “Unicidade” e um “monoteísmo” com três deuses: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. (matemática mágica; três pessoas que viram uma...)

São muitos os motivos que nos leva a interpelar os sábios. A ninguém é dado o poder da verdade sobre o outro. Pelo que posso perceber, estamos aqui para aprender e ensinar, errar e perdoar, amar e ser amado, crescer e multiplicar. Não tenho forças para me sentir um escolhido, mas tento ser forte ao fazer minhas escolhas.

Acho que nenhum paraíso nos espera. Torço para que não haja inferno. Mas se houver, o Céu terá um grande concorrente; mesmo para aquele que falar a língua dos anjos, mas se não tiver amor, nada resolverá. Caminhará para as trevas. - Palavras de Paulo, que era Saulo e mudou de nome para fazer esquecer o passado inglório. Jacó também fez o mesmo. Tudo com o consentimento de Deus. - (tá tudo certo, lavou tá novo...)

“E, quando dos braços eu soltar as amarras, pintarei nos céus diagramas de liberdade”. - Sabe quem foi o Menestrel que escreveu essa frase? É o mesmo que pede passagem para mostrar a sua obra e submeter-se a apreciação dos Deistas confessos. – Depois é seguir o que está escrito: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.

...A verdade que conhecemos, parece-me que nos outorga o “passaporte” para tornamos liberto. Também NÃO creio que eu seja mais feliz por isso. - Confesso, às vezes tenho muita saudade da minha sacrossanta ignorância... Mas, quem me deu o “saber e a curiosidade”, não foi Deus? - Então segura as pontas, porque quero saber de tudo com riqueza de detalhes para o meu convencimento. Eu também penso, logo, existo...

Como podes ver, Companheiro, tenho uma compulsão por escrever; principalmente quando o assunto tem relevância. Daí a razão de lhe convidar para escrever as nossas “conclusões” sobre o assunto em tela.

Não lhe assiste razão, por tanto, trancafiar num “sacrário”, de forma egoísta, uma obra notável, fruto de uma longa caminhada teológica e antropológica por excelência, que aguçou o meu interesse em partilhar contigo, a minha pequenez experiências.

Tenho a consciência da minha dificuldade em dialogar com o texto, mas a sua obra provocou uma revolução em mim, e fez nascer a expectativa que ao final desta missiva, possamos pensar na possibilidade de marmorizar nossas pesquisas.

Vamos publicar o que escrevemos e socializar nossas idéias, com a coragem de sonhar e correr o risco de vivermos os nossos sonhos.

Conforta-me, pois, participar dessa viagem, mesmo como coadjuvante e sempre aprendiz de “Cau Tav”.

Vida Longa para Claudiosé Conceição Tavares, o Menestrel do Paraguaçu!... Ele é o cara!

Saudações ecumênicas.

C/abraço de

Leonam Obol

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 24/10/2011
Reeditado em 20/09/2021
Código do texto: T3295354
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