Maldito biólogo

A cada dia odeio mais aqueles momentos que conversamos quando nos conhecemos, pois pude ver a pessoa inteligente, calma e reservada que você é. Tornou-se como uma dependência psicossomática, uma simbiose involuntária. Seus olhos de águas profundas e tranqüilas, que de tão tranqüilas e profundas, estes lagos me hipnotizam, aprisionam, e me afogam a cada toque. Porém, pior que suas correntes, é seu beijo. Beijo que me cega, escraviza, faz minha alma se esvair me deixado alheia a tudo que há ao redor, morrendo como num abraço vampírico, sem escolha ou vontade.

Odeio o jeito como você me paralisa quando está aqui, a forma como ocupa meus pensamentos, sendo forçada a lembrar de você quase todos os dias.

As vezes realmente sua existência me causa um certo mal, pois não sei como agir, o que falar ou pensar quando estás perto, ou o que esconde no fundo destes olhos, e muito menos o que fazer enquanto me vejo ser tragada por algo que desconheço, e destruída aos poucos pela incerteza. A causa de odiar tanto o que você passou a significar para mim e o espaço que tem ocupado em minha vida.

Sabe o que eu odeio de verdade? É o fato de que só você pode me dizer se decide terminar todo esse sofrimento e ceifar minha vida de uma vez, ou me dar a chance de me entorpecer de você sem medo.

Para L.S.L. - Em setembro de 2009

Gizely Amorim
Enviado por Gizely Amorim em 21/10/2011
Reeditado em 03/11/2011
Código do texto: T3289938
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