A chegada de meu novo amor
Na primeira vez desconforto, impaciência na espera. A felicidade era algo tão novo, tão meu, tão dela. Me sentia mais homem, mais Deus. Mas ainda tremendo na ansiedade de o beijar, de ser seu. Algo assim até aquele momento não me lembrava de sentir. Não consegui me controlar. Mãos molhadas, preocupação, tensão e eu ali. De um lado para o outro, tamanha inquietação. Abriu a porta? Sim? Não? Frustração. Estalava meus dedos, uma, duas vezes. Que aflição! Um sorriso se abriu, escutei um choro. Ali estava ele no corredor onde tanto esperei. Minutos que pareciam dias. Semelhanças que ainda não percebia. Ergui os braços. Que alegria! Ele lá, meu. Que dia! Boca, olhos, nariz. Tudo ali. E eu senti seu peso investido sobre mim. Pequeno, frágil, calmo, só meu. Foi assim que pela primeira vez ele me aqueceu. Sonho realizado. Sentido de vida alterado. Eu, ainda meio atrapalhado, inseguro. Mescla de medo e muito cuidado. Fotos? Ainda não tirei. Banho? Será se eu posso? Perguntei. Resposta positiva. Frio na barriga, calor na espinha. Observei a água... de morna pra quentinha. Lá o molhei e com meus braços o aconcheguei. No quarto não podia me conter. Queria pegá-lo. Não parava de querer. Visitas para nos felicitar. Pessoas queridas, amigos, família, que eu que para sempre vou amar. Momentos para vida inteira. Primeiro olhar, primeiro sorriso, primeiro papa. O tempo passava voando. Engatinhar, bagunçar, murmurar, gugu, dada. E ele não parava de nos surpreender. Primeiros passos, primeiras palavras. Lindo de se ouvir e de se ver. As trapalhadas, os sustos. Febre alta. Senhor seja meu refúgio. Carro acelerado. Ela atrás, ele no colo. Jesus do seu lado. Meu pai dirigia concentrado. Hospital, médicos, ele desacordado. Atenção, dedicação, convulsão. Ela chora. Angústia, preocupação. Temperatura baixando e subindo. Por favor fique comigo! Era uma prece... Sentimos frio, depois calor. Ele estava reagindo. Graças te damos Senhor! Tudo voltou ao normal. Vivendo perigosamente, ele subia em cima da cadeira, depois na mesa. Quando víamos, tamanha surpresa. “Sai daí menino! Que isso!” como ele foi parar lá? Primeiro aniversário. Bolo, presentes. E ele, não tão bem. Mas esse niver é da gente. Sono, choro. Festa acabada, que bom!
Ela em meus braços. Eu brinco. Quer mais um? E recebo um não. Só que não tinhamos total domínio sobre nossa vida e nosso bom Deus nos presenteou com outra linda menina.
Dedico este texto a minha esposa Luciana, meu filho, o Rubinho e minha filhinha Joyce, os quais amo infinitamente.